Os pés mentem no bodyboard, têm pretensões anfíbias, querem ser o que não são e calçam barbatanas que tão-pouco tratam pelo nome, dizem ser pés de pato, a palavra central aqui é mesmo ‘pé’ e foi quando, por azar, partiu um dos seus que a vida marítima de Alice Teotónio Pereira mudou. Tinha 11 anos, até então brincava ao surf, ia “à praia” atrás dos dois irmãos mais velhos “ver os campeonatos deles” e começou a praticar também, apesar de não gostar muito. Mas, quando fraturou o pé, no verão seguinte inscreveu-se num ATL de verão que a puxou de novo à praia para ter outra relação com as ondas.
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Alice partiu um pé, chegou o verão e mostraram-lhe o bodyboard. Meia dúzia de anos depois já é campeã mundial
Alice Teotónio Pereira ainda nem o 12.º ano tem e foi ao Brasil sagrar-se campeã do mundo júnior, ganhando na final a Luana Dourado, outra portuguesa. O bodyboard feminino respira excelentes ares: além da campeã e vice-campeã do mundo júnior (esta repetente), Portugal acabou a temporada com duas mulheres no top-5 do ranking sénior e, ainda recentemente, viu Filipa Broeiro vencer a etapa do circuito mundial da Praia Grande, em Sintra