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Os 200 metros têm um rei que se sagrou campeão mundial pela quarta vez: Noah Lyles, o centro das atenções

Tóquio 2025, Budapeste 2023, Eugene 2022 e Doha 2019. Noah Lyles conquistou quatro ouros de enxurrada em Mundiais e, no Japão, reforçou o domínio na distância. Kenneth Bednarek e Bryan Levell ficaram com as restantes medalhas

Christian Petersen

Embora não exista muito em que se possa pensar ao longo de 200 metros, a introspeção domina os sprinters. Os sorrisos são engolidos antes das câmaras fazerem zoom nas caras petrificadas.

Noah Lyles parece não pertencer àquela espécie, mas é o mais perfeito da ninhada. Quando o norte-americano é apresentado, tudo muda: grita, ergue os braços, salta e vira o centro das atenções.

A exteriorização de emoções torna inevitável que todos à sua volta corram com ele dentro da cabeça. Seja ou não peso suficiente para atrasar os galopantes velocistas que o rodeiam, certo é que há quatro edições consecutivas dos Mundiais ninguém o bate nesta distância. Só Usain Bolt conseguiu tal feito.

Lyles (19.52) e o seu cabelo hirsuto cruzaram a meta diante de Kenneth Bednarek (19.58) e Bryan Levell (19.64). O festejo, mais contido do que a provocação inicial, fez-se com a mão à frente da cara. Os dedos contavam os títulos mundiais nos 200 metros: Tóquio 2025, Budapeste 2023, Eugene 2022 e Doha 2019.

Sam Barnes

Letsile Tebogo, campeão olímpico em Paris, terminou fora do pódio. O herói do Botsuana arrecadou mais um desgosto no Japão. Na final dos 100 metros, dominada pelos jamaicanos, foi desqualificado devido a uma falsa partida.

O mind games de Lyles não são um detalhe. As vantagens marginais contam e ele é o rei desse mundo. Um mundo em que, telepaticamente, condiciona os adversários para se impor na luta de egos que são as provas de explosão.