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Mundiais de atletismo: Agate Sousa apura-se para a final do comprimento, Salomé Afonso nas meias-finais dos 1.500 metros

Agate obteve a terceira melhor marca da qualificação (6,81 metros) e diz-se "muito confiante" para a disputa das medalhas. Afonso conseguiu um lugar entre as 24 que disputarão o acesso à prova decisiva. Já Lòrene Bazolo e Etson Barros foram afastados, respetivamente, nos 100 metros e nos 3.000 obstáculos

BSR Agency

Agate Sousa qualificou-se para a final do concurso do salto em comprimento dos Campeonatos do Mundo Tóquio2 025, com os 6,81 metros alcançados na terceira tentativa da qualificação.

A atleta medalha de bronze nos Europeus Roma 2024, de 25 anos, conseguiu a terceira melhor marca da qualificação, no seu terceiro salto, ficando apenas atrás da norte-americana Tara Davis-Woodhall e da francesa Hilary Kpatcha, com 6,88 e 6,85, respetivamente. Agate Sousa começou a qualificação com um salto nulo, prosseguiu com 6,67 — que já lhe valiam a presença na final — e terminou com a marca de qualificação direta para a final, marcada para domingo, às 20:40 locais (12:40 em Lisboa).

“Não quero falar das minhas dores. Estou feliz, só estou focada em ter passado. E, amanhã [domingo], deixar tudo na pista, dar o meu melhor”, disse aos jornalistas, após a prova. Sem querer mencionar a lesão, que ainda assim tem feito com que tenha participado em “poucas competições esta época”, o que a deixou um pouco “de pé atrás, muito nervosa por causa dos nulos”, esta qualificação deixa-a “mais confiante” para a final.

“Levei a qualificação como um treino, agora tenho mais noção do estádio e do ambiente. Na final, não vou estranhar tanto”, declarou. Questionada sobre que objetivo leva para a disputa das medalhas, apontou a fazer um resultado entre as oito melhores. “É o primeiro Mundial, temos de ser humildes”, referiu. O melhor resultado luso no salto em comprimento é o quarto lugar alcançado por Naide Gomes, em Osaka2007 e Berlim2009.

Também Salomé Afonso garantiu a continuidade nos Mundiais. Nos 1.500 metros, a portuguesa conseguiu um dos 24 lugares nas meias-finais, com o terceiro lugar na segunda série. A atleta do Benfica, de 27 anos, cumpriu a distância em 4.07,44 minutos, atrás da queniana Nelly Chepchirchir e da polaca Klaudia Kazimierska, primeira e segunda, em 4.07,01 e 4.07,34, respetivamente.

A vice-campeã nos Europeus indoor Apeldoorn 2025, e bronze nos 3.000, avançou com o 22.º tempo entre as 42 participantes nesta fase, qualificando-se de forma confortável. “Senti-me superbem, superfluida, foi superfácil. Podia ter controlado um pouco mais, mas estou muito orgulhosa e muito contente por estas sensações”, explicou, na zona mista do Estádio Nacional do Japão.

Essas sensações permitiram que a lisboeta experimentasse uma “tática diferente”, a controlar o ritmo e um lugar de apuramento, numa competição com três corridas, com as semifinais no domingo, às 21:07 locais (13:07 em Lisboa), tendo em vista a final, na terça-feira, às 22:05 (14:05). “Há esse fator [de ter três corridas], sim. A prova foi bastante lenta, foram basicamente 700 metros a acelerar, mas nunca senti que estava no limite. Tinha energia para reagir na reta final. De facto, três corridas implicam sempre uma certa gestão”, reconheceu.

Salomé Afonso cumpre a segunda presença em Mundiais, depois do 37.º posto em Budapeste 2023, quando não superou esta fase, que até considera mais stressante. “A primeira [corrida] é a mais difícil, do ponto de vista da gestão de ansiedade. Há atletas que podem surpreender. Na meia-final, é um grupo completamente seletivo, sabemos que vamos correr rápido e que não há margem para erros, nem dúvidas”, vaticinou.

A recordista nacional Carla Sacramento (3.57,71) sagrou-se campeã nesta distância, em Atenas 1997.

Lorène Bazolo terminou em 32.º a qualificação dos 100 metros, ficando de fora das semifinais. Na quarta participação em Mundiais, Bazolo, de 42 anos, voltou a não passar das eliminatórias, correndo a distância em 11,34 segundos, longe dos 11,10 que tem como recorde nacional, estabelecido em 2021 e igualado já este ano.

A portuguesa correu na segunda série, vencida pela jamaicana Tina Clayton (11,01), acabando no sexto lugar, tendo esta heat rendido o apuramento à britânica Dina Asher-Smith, segunda com 11,07, e à polaca Ewa Swoboda, terceira com 11,18. A mais rápida da qualificação foi Julien Alfred, de Santa Lúcia, com 10,93, enquanto a repescagem fechou nos 11,18, da atleta das Bahamas Anthaya Charlton.

Etson Barros também foi afastado. O português ficou de fora da final dos 3.000 metros obstáculos, com a 28.ª marca da qualificação.

O atleta do Benfica, de 24 anos, cumpriu a prova em 8.38,58 minutos, que lhe valeram o nono lugar da acidentada terceira série, falhando os cinco lugares que davam acesso à final, marcada para segunda-feira, com o 28.º posto entre os participantes nas eliminatórias.