À primeira vista, ela passa por uma mera recém-adolescente, na flor da idade da inocência. Luana Dourado sorri sem freios, mostra o aparelho que tem nos dentes. Ouvi-la recheia um pouco mais a tese: a voz é jovial, fala com a leveza das perceções simples, constata as coisas pelo que elas são, sem extrapolar. Mas, dentro do mar, revela o lado bem menos comum dos seus 15 anos. “Não se vê muitas vezes alguém com a idade dela, tão nova, já ter tanta bagagem de competição e vontade de ganhar”, explica quem, fruto da experiência, sabe realmente o que diz, a par de já o ter sentido bem de perto na lavandaria das ondas.
Joana Schenker leva muitos anos nos píncaros do bodyboard. Em 2019, tornou-se a primeira portuguesa, mulher ou homem, a ser campeã mundial, sendo antes e depois residente frequente do top 10 do ranking e mais do que habituada a ser das melhores, partilhando água salgada com as melhores.
Em agosto, quando o circuito internacional visitou as Maldivas na mais recente etapa, a algarvia experimentou de perto a “grande competidora” que já reconhece em Luana Dourado: foi eliminada, ela e Teresa Padrela, a campeã nacional, pela adolescente que acabaria no 5.º lugar, o melhor resultado entre as portuguesas em competição.