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Crónica

Recuperar e redefinir: a chicotada táctica de Bruno Lage no Benfica

Depois de Roger Schmidt o crescimento colectivo e individual do Benfica era inevitável, mas Bruno Lage não só definiu um sentido táctico que beneficia o elenco disponível como já mostrou alternativas para surpreender nos grandes jogos, como explica o comentador e analista Tomás da Cunha

Carlos Rodrigues

O Benfica tinha a chama apagada, nos últimos tempos de Roger Schmidt. No campo, a equipa não correspondia a nenhum estímulo táctico e as peças não combinavam. Nas bancadas, havia desaparecido a esperança de algo diferente. No momento da apresentação do novo treinador, a balança pendia para o lado das incertezas: sobre a real capacidade do plantel construído com o aval de Roger Schmidt e sobre a competência vinda do banco para, em pouco tempo, tornar os encarnados competitivos. As respostas vão sendo dadas.

Bruno Lage não traz um discurso novo, mas marca as diferenças para o antecessor em relação ao conhecimento do clube e dos adeptos, sempre num estilo emocional. Não é um aspecto para descurar, sobretudo numa altura em que cada declaração é esmiuçada. Ainda assim, tudo isso rapidamente se esgotaria caso não houvesse soluções tácticas de forma imediata. Um treinador pode fazer de guru motivacional, mas um guru motivacional não pode ser treinador. O crescimento colectivo e individual era inevitável, tendo em conta o ponto de partida, mas não só definiu um sentido táctico que beneficia o elenco disponível como já mostrou alternativas para surpreender nos grandes jogos.