Não sei se esta seleção de Espanha é melhor que a do tiki-taka, mas é muito mais divertida. A do período de ouro entre 2008-2012 era quase impossível de bater – o tiki-taka era um sistema essencialmente defensivo – e isso seria agradável para um adepto espanhol que assistia tranquilamente aos jogos da seleção sabendo que o principal obstáculo era a tradição nacional de não ganhar.
Para os neutrais, nunca houve um domínio tão aborrecido e previsível. Agora fomos recompensados com uma Espanha que entusiasma, que trata bem a bola mas joga com os olhos na baliza, que não se importa de perder na estatística da posse e que não usa o argumento dos mil passes como uma espécie de prémio de consolação para a ineficácia e a esterilidade, a bandeira do orgulho e da impotência.