Aleluia, irmãos! Arthur Cabral, contratado para substituir Gonçalo Ramos que rumou à Cidade-Luz, marcou um golo. Um golo! Mesmo quem não gosta de pontos de exclamação, de lançar foguetes festivos para não ter de apanhar tristes canas, tem de soltar os fogos, levantar os braços aos céus e agradecer tamanha dádiva divina. E onde é que este Cabral descobriu o Brasil da baliza? No Estádio João Paulo II, em dia abençoado pela chuva. Dar-lhe a titularidade sabe a pouco. Santo subito!
A partir de agora já não é um daqueles avançados sem golo, de mão estendida a mendigar uma esmola, uma fatia de golo, alimento dos avançados. Talvez não dê para matar a fome, talvez este golo solitário – executado com uma certa classe, é preciso dizê-lo – lhe caia na fraqueza, mas um golo é um golo e os benfiquistas, que já desconfiavam que este avançado de vinte milhões fosse incapaz de descobrir o caminho para as redes, suspiraram de alívio. Um alívio moderado, temperado com uma pitada de saudável ceticismo, porque um golo ao Lusitânia não salva ninguém e aquilo de que o Benfica precisa é de avançados de nível Champions.