As bancadas de Alvalade despediram-se de Paulinho com aplausos. Aplausos deliberados, convictos. Uma chuva de aplausos para contrariar a seca saariana do avançado. Uma tempestade pedagógica de palmas. No sábado, Alvalade, naquele exato momento, transformou-se num enorme consultório de psicologia e cada adepto que aplaudiu o jogador disfarçou-se de Daniel Sampaio. Foi o equivalente futebolístico a um artigo de Laurinda Alves, a uma palestra educativa de Eduardo Sá.
Toda a gente percebe que Paulinho tem um problema. Contra o Moreirense, teve três ou quatro oportunidades e falhou-as todas. Não acertou uma nem por acaso. Não. Falhou todas de uma forma que se pode dizer requintada. A cada semana, Paulinho alarga o seu repertório de falhanços. Quando se pensa que já esgotou todo o seu arsenal, todos os truques, ele lá consegue tirar mais um coelho adoentado da sua cartola infinita.