Infelizmente não houve taça. Os Golias desviaram-se com relativa facilidade dos projéteis timidamente arremessados pelas fundas pobres dos Davides e derrubaram-nos sem piedade. Porém, não deixo de imaginar o que faria Sérgio Conceição em caso de derrota contra o modesto Sintrense. Vejo o plantel obrigado a voltar ao Porto a pé, com uma lata de sardinhas e um cantil meio de água nas suas malas Louis Vuitton, a enfrentar a noite e o frio na Serra de Aire, as buzinadelas e os impropérios disparados das viaturas a circular na A8. Os Martinez e os Vitinhas, os consagrados e as jovens promessas, todos os que sobrevivessem ao suplício da peregrinação forçada condenados ao degredo da equipa B.
E Jorge Jesus? O que faria Jesus se o Trofense tivesse levado a melhor? Quem, de entre a multidão de avançados, passaria o resto da época entre o banco e o exílio do flanco direito (suspeito que fosse Gonçalo Ramos)? Ordenaria ele a destruição do Seixal? E Rúben Amorim? Bem, de Rúben Amorim espero sempre uma reação fleumática, britânica, pedagógica. Julgo que daria uma folga de três dias ao plantel, após a qual fariam uma excursão familiar ao Badoca Park ou passariam o resto da semana fechados em Alcochete a rever o vídeo do jogo ao som de Ravi Shankar.