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Tribuna Expresso
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Bola de Berlim

Colónia: a cidade do Europeu que está de braços abertos para os futebolistas ucranianos

Centenas de futebolistas ucranianos refugiaram-se na Alemanha para escaparem à guerra. Colónia foi uma das cidades que melhor os acolheu: o FC Köln encarregou-se de albergar uma equipa feminina e as camadas jovens do Dínamo Kiev. Entre os que ficaram e os que regressaram à Ucrânia, impera a gratidão. Mas também a angústia

Jogadoras FC Kryvbas e funcionários do FC Köln.
Tiago Carrasco

Tiago Carrasco

Era uma noite de descanso absoluto para Oleksandr Kilovyi, defesa central dos juniores do Metalist Kharkiv, no leste da Ucrânia. No dia seguinte, a 24 de fevereiro de 2022, tinha uma partida importante contra o Shakhtar Donetsk, um dos principais rivais do campeonato. Por isso, Sasha, então com 17 anos, decidiu ir cedo para a cama, e estava a dormir profundamente quando os primeiros mísseis russos atingiram a cidade.

Às 7h da manhã, o telefone tocou. Era a sua mãe, Olga. Antes de atender, Sasha olhou rapidamente para a camarata de 15m2 que partilhava com três companheiros de equipa. Duas das camas estavam vazias. Estranhou.

“O que estás a fazer a dormir?”, perguntou-lhe a mãe, a partir de Dnipro, cidade natal da família, 220km a sul. “Não viste que começou a guerra e estão a atacar Kharkiv?”. Sasha teve uma resposta desconcertante:

“Mãe, deixa-me dormir que tenho jogo esta tarde e preciso de estar bem.”

Olga não precisou de ouvir mais nada. Enfiou-se no carro com o marido e rumou à segunda maior cidade do país, acelerando a todo o gás no sentido oposto à enorme caravana de automóveis que se afastava do leste, para escapar à loucura sanguinária de Vladimir Putin. “As pessoas olhavam para nós, incrédulas. Não percebiam porque é que estávamos a conduzir em direção aos bombardeamentos”, lembra a mãe do jogador, à Tribuna Expresso, junto à Catedral de Colónia. “Eu só pensava em salvar o Sasha.”

Quando finalmente chegou à academia do Metalist, o seu filho já tinha percebido a gravidade da situação. Estava muito chateado: “Os meus dois companheiros de equipa souberam dos bombardeamentos durante a madrugada, fizeram a mala e foram-se embora, deixando-nos a dormir”, desabafa o defesa, hoje com 19 anos. “Foi a atitude mais egoísta que já vi.”

Convenceu-se de que não ia fazer o mesmo, até porque alguns dos seus colegas de balneário não tinham pais para os resgatar. Meteu os que conseguiu dentro do carro e levou-os para sua casa, onde a segurança era maior. “Um deles hesitou. Queria juntar-se à avó em Izium, localidade que estava a ser invadida. Acabámos por lhe salvar a vida porque, dias depois, a avó foi morta pelos russos”, conta Sasha.

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