As páginas dos jornais italianos enchem-se com referências ao “período de ouro”. Louvam-se heróis, descrevem-se feitos com adjetivos grandiloquentes. Talvez esta nova era no ténis transalpino tenha ficado mais evidente que nunca entre 3 e 4 de agosto de 2024.
Sim, antes disso Jannik Sinner já vencera torneios do Grand Slam, já liderara o ranking ATP. Sim, depois disso a seleção masculina ganhou a Taça Davis e a feminina ergueu a Billie Jean King Cup.
Mas ali, naquelas 24 horas de Paris, testemunhou-se como todo o êxito nas raquetes do país era uma coisa coletiva, de grupo, não façanhas que andavam à boleia do génio raro de Sinner. Era, mesmo, uma questão geracional, não dependente da sua grande figura.
Primeiro foi Lorenzo Musetti a conquistar o bronze olímpico em singulares. Depois, em pares, Sara Errani e Jasmine Paolini fizeram ainda melhor, obtendo o ouro no torneio disputado no complexo de Roland-Garros.
Os circuitos ATP e WTA já testemunhavam o que o olimpismo viu com nitidez: ali estava Itália, a nova superpotência do ténis. Em Málaga, a fechar 2024, o novo estatuto da nação da bandeira verde, branca e vermelha ganhou ainda nova dimensão, com um bis histórico. Os homens dominaram na Taça Davis, as mulheres na Billie Jean King Cup. Dois títulos mundiais a juntar às duas medalhas olímpicas.