Em abril, quando estar em Roland-Garros já era uma forte possibilidade para Jaime Faria, o jovem de 20 anos admitia, à Tribuna Expresso, que pensava “deslumbrar-se um bocadinho”, “ficar boquiaberto”, porque, afinal de contas, a dimensão de um Grand Slam é um mundo desconhecido para o lisboeta. Faria arrancou 2024 na 411.ª posição do ranking ATP, mas uma fantástica ascensão na hierarquia e alguma ajuda da calculadora permitir-lhe-á agora sentir a tal admiração com um dos maiores torneios do planeta.
Jaime Faria estava à espera da atribuição dos wild cards para Roland-Garros para saber se, com a atribuição desses convites, conseguiria estar na capital francesa. E viu esse passaporte ser carimbado. Assim, o 233.º da hierarquia estará no qualifying do torneio, que arranca a 20 de maio.
Jaime Faria estará pela primeira vez num major ao mesmo tempo que Henrique Rocha, também de 20 anos e 206.º no ranking. Os dois vivem e treinam no Centro de Alto Rendimento (CAR), no Jamor, e são “amigos e rivais”, como disse Faria à Tribuna Expresso, em abril: “É uma relação muito saudável e benéfica para os dois. Todas as horas que já jogámos um contra o outro e experiências que partilhámos dentro e fora de campo ajudam muito. Se chegássemos ambos ao topo seria especial, estamos a fazer cada um o seu caminho, mas ao mesmo tempo. É especial”, comentou o lisboeta sobre o portuense.
Ao entrarem na qualificação de Roland-Garros, Faria e Rocha serão os 16.º e 17.º jogadores masculinos portugueses em eventos do Grand Slam.
Além dos dois jovens, haverá mais dois habitantes do CAR em Paris. São eles Nuno Borges, número um nacional e 53.º do mundo (deverá subir a 46.º depois da excelente campanha em Roma), que tem entrada direta no quadro principal, e Francisca Jorge, 203.ª do WTA que se estreou em Grand Slams na Austrália. A vimaranense começará, tal como Faria e Rocha, na fase de qualificação.