Esta sexta-feira, pelas 20h15, os sócios do Vitória Sport Clube estarão no pavilhão do clube, em Guimarães, reunidos para se pronunciarem sobre o princípio de acordo para a venda de 46% das ações da SAD ao V Sports, um fundo que corteja o clube há cerca de dois anos e será “um bom músculo financeiro para a valorização” do clube. Quem o defende é António Miguel Cardoso, o presidente que nos últimos dias se desdobrou em sessões de esclarecimento perante os associados do clube, a explicar os porquês, os comos e as dúvidas em torno da entrada de investidores estrangeiros no capital da sociedade desportiva.
Eleito em março do ano passado, António Miguel Cardoso foi quem surgiu sorridente, há semanas, na foto publicada no site do Vitória a dar um passou-bem a Nassef Sawiris a anunciar o tal princípio de acordo. Egipcío de 62 anos, o empresário dispõe de uma fortuna avaliada em cerca de €8,1 mil milhões pela revista “Forbes”, que o descreve como o “mais rico do mundo árabe”. Um sumário dos seus investimentos conhecidos é suficiente para se ter uma noção: filho do fundador da Orascom, gigante da construção, é líder da OCI, líder mundial na produção de fertilizantes de nitrogénio, tem 6% da Adidas e 5% da Madison Square Garden Sports, dona dos New York Knicks, da NBA, e dos New York Rangers, da NHL, a liga norte-americana de hóquei no gelo.
Nas palavras do presidente do Vitória, “é de realçar que alguém que está nas 300 maiores fortunas do mundo pretende estar ao lado” do clube “de forma a potenciar o seu investimento”. E na tal foto do aperto de mão, no cumprimento também estava figurativamente Wes Edens, proprietário dos Milwaukee Bucks da NBA e da Cicoro, marca de tequilla que fundou com Michael Jordan. Com o norte-americano criou o V Sports, fundo que comprou a totalidade do Aston Villa em 2019. É a este pacote endinheirado que os sócios do Vitória votarão a venda de 46% das ações da SAD.