O "trabalho impossível" de Thomas Tuchel, o obsessivo que fez um retiro na Índia para “disciplinar o corpo e a mente", é, todos o assumem, um projeto de curto prazo. 19 de julho de 2026, MetLife Stadium, Nova Jersey: o grande propósito da contratação do alemão para o banco de Inglaterra é estar nesse estádio naquele dia, disputando e vencendo a final do Mundial 2026. Seria fechar 60 anos sem títulos para os três leões.
Os primeiros meses de trabalho do ex-Chelsea ou PSG foram realizados na sombra. Contratado há cinco meses, ainda não se estreou e andou entre a Alemanha, onde vive, e regulares idas a Inglaterra para assistir a partidas. Também o seu adjunto, Antonhy Barry, que passou de assistente de Roberto Martínez com a seleção portuguesa para voltar a trabalhar com Tuchel, tem andado a observar vários futebolistas.
Segundo disseram dirigentes da federação inglesa à BBC, Tuchel falou com mais de 55 jogadores, individualmente, ao longo destes meses. Das observações e diálogos surgiu a primeira lista de convocados do terceiro estrangeiro a orientar Ingalterra, depois de Sven-Göran Eriksson e Fabio Capello.
Lista de convocados de Inglaterra:
Guarda-redes: Dean Henderson (Crystal Palace), Jordan Pickford (Everton), Aaron Ramsdale (Southampton), James Trafford (Burnley)
Defesas: Dan Burn (Newcastle United), Levi Colwill (Chelsea), Marc Guehi (Crystal Palace), Reece James (Chelsea), Ezri Konsa (Aston Villa), Myles Lewis-Skelly (Arsenal), Tino Livramento (Newcastle United), Jarell Quansah (Liverpool), Kyle Walker (AC Milan)
Médios: Jude Bellingham (Real Madrid), Eberechi Eze (Crystal Palace), Jordan Henderson (Ajax), Curtis Jones (Liverpool), Cole Palmer (Chelsea), Declan Rice (Arsenal), Morgan Rogers (Aston Villa)
Avançados: Jarrod Bowen (West Ham United), Phil Foden (Manchester City), Anthony Gordon (Newcastle United), Harry Kane (Bayern Munich), Marcus Rashford (Aston Villa), Dominic Solanke (Tottenham Hotspur)
Os eleitos irão disputar dois jogos, ambos no arranque da fase de qualificação para o Mundial 2026. Inglaterra recebe, a 21 de março, a Albânia, atuando, também em casa, frente à Letónia, três dias depois. Também Andorra e Sérvia estão no mesmo de grupo.
Olhando à lista, duas das maiores novidades são regressos de pesos-pesados. Marcus Rashford, que foi excluído do Euro 2024 e não representa Inglaterra desde março de 2024, foi escolhido. O atacante, que não contava para Ruben Amorim no United, foi emprestado ao Aston Villa e leva quatro assistências em nove encontros.
Também Jordan Henderson, que chegou a ser um clássico da era Southgate mas não joga por Inglaterra desde novembro de 2023, foi convocado. O antigo capitão do Liverpool, de 34 anos, leva 38 partidas pelo Ajax em 2024/25.
Quanto aos estreantes, Tuchel chamou Dan Burn, defesa do Newcastle de 32 (cumpre 33 em maio). Se Burn jogar, será o debutante mais novo de Inglaterra desde Kevin Davies, com 33 anos, em outubro de 2010. Também Myles Lewis-Skelly, jovem lateral esquerdo de 18 anos do Arsenal, foi escolhido pela primeira vez.
Nas ausências, Morgan Gibbs-White, médio do Nottingham Forest de Nuno Espírito Santo que tem brilhado na Premier League, é uma das principais. Também de fora ficaram médios com boa capacidade para ter a bola, como Angel Gomes ou Adam Wharton, ou, com menos surpresa, elementos fortes do passado recente, como Harry Maguire ou Jack Grealish.