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Futebol internacional

Metade dos agentes de futebol chumbou no exame da FIFA, mas “falta de noção” continua: “Muitos” acham que “conseguem trabalhar sem licença”

Em abril, só 52% dos candidatos a nível mundial superaram a prova para obter uma licença que se torna indispensável para ser empresário de jogadores ou treinadores a 1 de outubro. A 20 de setembro há novo exame para os que não passaram ou não se apresentaram. Gonçalo Almeida, advogado especialista em direito do desporto, lidera um curso de preparação. No entanto, o futuro juiz do tribunal que supervisionará esta área preocupa-se com a falta de atenção que os agentes estão a dar a este tema

A entrada em vigor do novo Regulamento de Agentes de Futebol (FFAR) trouxe a atividade para uma nova era. Ditou a FIFA que, a partir de 1 de outubro de 2023, seria necessário ter uma licença, conseguida após aprovação num exame, para exercer a atividade vulgarmente conhecida, também, por expressões como empresário, intermediário ou representante.

Em abril, no primeiro teste de sempre para obter o documento que se tornará indispensável quando setembro terminar, 3.800 candidatos apresentaram-se para o exame a nível mundial. Em Portugal, 147 pessoas sentaram-se em frente a computadores na Cidade do Futebol para realizar a prova, que em solo nacional teve o custo de €200 por examinando.

No entanto, só 1.962 pessoas, em todo o planeta, conseguiram acertar 75% das 20 questões de escolha múltipla propostas durante a hora que dura o teste, quantidade mínima para passar. A taxa de 52% de aprovação é, segundo Gonçalo Almeida, advogado especialista em direito do desporto que trabalhou na FIFA entre 2001 e 2006, resultado da “falta de noção do grau de dificuldade e de exigência da prova”, o que levou a que se “descurasse a formação, essencial para estar apto para o exame”, diz à Tribuna Expresso.