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Futebol internacional

Como o Brasil aprendeu a amar Jesus

Jogadores, treinadores e intelectuais brasileiros renderam-se à meteórica carreira do mister português. Esta semana, J.J. pode voltar a fazer história se levar o Flamengo à final da Taça dos Libertadores
Buda Mendes/Getty Images

Plínio Fraga, no Rio de Janeiro

Faltavam alguns minutos para o início de mais uma partida do Flamengo no campeonato brasileiro de futebol. Um homem vestido de preto, cabelos longos — mais para prateados do que para brancos quando vistos à distância —, instalou-se numa das cadeiras do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Recebia aplausos e cumprimentos efusivos de alguns torcedores, tirava selfies com outros. Quando o Flamengo entrou em campo, o homem de preto abriu o cartaz que trazia na mão: “Jesus está no controle.” Recebeu ainda mais aplausos e cumprimentos e posou para as fotografias. A vida do bancário reformado João Roberto Gomes Bezerra, de 64 anos, torcedor do Flamengo cuja maior emoção na vida até então era frequentar estádios de futebol, mudou quando os torcedores do Maracanã passaram a identificá-lo como sósia da maior sensação atual do futebol brasileiro.

Bezerra é incrivelmente parecido com o treinador português Jorge Fernando Pinheiro de Jesus. Agora só vai ao estádio de fato preto, cabelo penteado com escova e o bem-humorado cartaz que volta e meia aparece na transmissão televisiva dos jogos. Jorge Jesus é o único técnico das 20 equipas da primeira divisão do futebol brasileiro a ter o seu nome cantado pelos torcedores a meio dos jogos: “Olê, olê, olê, mister, mister”, entoam os aficionados do Flamengo, como se o treinador pudesse ir além do espaço de dez metros quadrados que as regras do futebol lhe permitem ocupar.

Os jogadores brasileiros costumam chamar professor aos seus treinadores. Jesus demonstrou logo o seu descontentamento. “Professor é de Filosofia, Matemática. Sou coach, mister. Teacher, professor, não gosto.” Desde então tanto os jogadores como a torcida só o chamam mister.

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