Há casamentos inevitáveis, aconteçam quando acontecerem. Podia ter escolhido a Premier League, onde não faltariam interessados, mas só queria o Santiago Bernabéu. O Real Madrid e Jude Bellingham foram feitos um para o outro. A personalidade transbordante do menino inglês - joga como um veterano, apesar de só ter 20 anos – conquistou rapidamente a afición blanca. Os minutos finais das partidas aumentam o sentido de urgência e de responsabilidade, que puxa para si mesmo. Não se esconde nos momentos de aperto, mesmo quando a equipa deixa de ajudar. Está à altura da grandeza do acontecimento. Olhando para o passado merengue, não faltam ídolos que superam a dimensão colectiva pela individualidade. Honra-se o legado do clube.
Bellingham comporta-se como uma estrela desde o primeiro dia. Escolheu a camisola 5, que foi de Manolo Sanchís, Fernando Redondo ou Zinedine Zidane, admitindo ser fã do francês. De resto, o Birmingham – emblema onde se estreou no futebol, com 16 anos – já retirou o número 22 em jeito de homenagem. Nesta altura, qualquer adepto espalhado pelo mundo sabe identificar o festejo do ex-Dortmund. Quando marca, abre os braços na direcção da bancada, com a certeza de que tem um dom. Curiosamente, o último inglês a representar o Real Madrid chama-se David Beckham, especialista a atrair atenções.
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Jude, nascido para Madrid
O comentador e analista Tomás da Cunha escreve sobre Jude Bellingham, o novo galático do Real Madrid, o menino de 20 anos que já joga como um veterano e que não se esconde nos momentos de aperto. Depois de Dortmund, podia ter escolhido a Premier League, voltar a casa, mas sempre quis o Santiago Bernabéu