Modalidades

Leyanis Pérez Hernández, a nova rainha do triplo salto que destronou Rojas, em Tóquio

O mundo do atletismo acaba de assistir a uma viragem histórica. Leyanis Pérez Hernández, jovem cubana de 23 anos, sagrou-se campeã mundial de triplo salto em Tóquio, superando a venezuelana Yulimar Rojas, até agora considerada imbatível na disciplina

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A final do triplo salto do Campeonato do Mundo de Atletismo de Tóquio foi dominada desde o início pela cubana Leyanis Pérez Hernández, que abriu com um salto de 14,94 metros, distância que repetiu por três vezes, como um carimbo de vitória, nesta final.

Pérez Hernández confirmou não só o favoritismo que tem vindo a construir ao longo de 2025, como selou a sua ascensão definitiva ao topo da modalidade. A venezuelana Rojas, recordista mundial com 15,74 metros e campeã olímpica, regressava às pistas após dois anos de ausência por lesão no tendão de Aquiles, mas, desta vez, o trono tem nova dona.

Desde março, quando venceu o Mundial de pista coberta, em Nanjing, na China, que Leyanis vinha a dar sinais claros de que este podia ser o seu ano. Revalidou o título da Liga Diamante, liderou o ranking mundial e chegou a Tóquio com a confiança de quem sabe que o momento é seu. “É uma honra competir contra alguém como Rojas. Mas vim aqui para dar tudo e conquistar esta medalha”, afirmou antes da final.

Yulimar Rojas não conseguiu voar além dos 14,76 m, ficando com o bronze, apesar de ter chegado a Tóquio com vontade de subir ao lugar mais alto do pódio. A inscrição “I’m Back” nas sapatilhas, cujo zoom televisivo bem evidenciou, é a prova disso mesmo. A prata ficou ao peito de Thea LaFond, natural da República Dominicana, que no 6.º salto conseguiu a marca de 14,89m.

Natural de Pinar del Río, Leyanis cresceu inspirada por Caterine Ibargüen, a campeã olímpica colombiana que redefiniu o triplo salto na década passada. Mas, hoje, é ela quem inspira. Com apenas 23 anos, já soma títulos mundiais indoor, vitórias na Liga Diamante e agora, o ouro absoluto ao ar livre. O seu recorde pessoal é de 15,16 metros, alcançado em junho de 2024.
A rivalidade com Rojas, embora recente, promete marcar uma nova era na modalidade. Se a venezuelana foi a estrela incontestável da última década, Leyanis é o rosto do futuro, e do presente.

A vitória de Pérez Hernández devolve a Cuba um título mundial no triplo salto feminino após 17 anos, desde Yargelis Savigne, em Valência 2008.