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Quem sabe não esquece: a eterna Rosa Mota bateu o recorde da meia-maratona num segmento de veteranos

A atleta portista, que terminou em 12.º na geral, correu para a façanha em Riga, na Letónia, num segmento para atletas entre os 65 e os 69 anos. O relógio contava uma gloriosa história, mais uma, resumida em 1:26:06 horas, um tempo que lhe bastou para superar o registo da anterior recordista, a suíça Emmi Luthi (1:32:56, em 2009)

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Expresso

Rosa Mota mostrou este domingo que a idade é apenas um número e, aos 65 anos, a atleta bateu o recorde do mundo da meia-maratona em Riga, na Letónia, num segmento para atletas entre os 65 e os 69 anos: 1:26:06 horas foi o tempo que precisou para chegar à meta, ultrapassando o registo da suíça Emmi Luthi, que era a detentora até então do recorde mundial, alcançado em 2009 (1:32:56).

A campeã olímpica portuguesa terminou a prova no 12.º lugar da geral, com estes tempos de passagem: 5km (19:57), 10km (40:04), 15km (1:00:34) e 20km (1:21:37).

Desde cedo que Rosa Mota se tornou uma maratonista única em Portugal. Considerada a maior maratonista feminina portuguesa de todos os tempos, em 1982 já corria maratonas, tendo participado em 21 e vencido 14 delas. Foi no Campeonato Europeu, precisamente em 1982, que Rosa Mota correu e conquistou a primeira maratona da sua carreira.

Em 1984, foi bronze nos Jogos Olímpicos de Los Angeles e em 1986 defendeu o título europeu. Ganhou o ouro no Mundial de 1987 e nos Jogos Olímpicos de 1988 tornou-se a primeira portuguesa a conquistar o ouro olímpico, em Seul. Em 1990 ela conquistou o terceiro título europeu consecutivo.

Rosa Mota conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1988, em Seul
David Madison

As correrias começaram para a portista em 1972, quando alinhou com os amigos da escola num corta-mato. E ganhou. A jovem Rosa, que ainda não era Rosa Mota, continuou a participar em provas nacionais e distritais e manteve a queda para o triunfo.

Nascida na cidade do Porto, disputou a primeira competição em 1972, a fim de acompanhar os amigos da escola, pode ler-se no seu perfil na página dos Jogos Olímpicos. Era uma prova regional de corta-mato (cross-country). Na primeira participação as testemunhas testemunharam uma vitória de uma futura campeã em série. Depois disso vieram os torneios distritais e os nacionais e os consecutivos triunfos. O atletismo, apesar de a asma lhe ter colocado alguns entraves na juventude, era a estrada mais adequada.

Mais de 50 anos depois dessa primeira vez com os colegas da escola, Rosa Mota voltou a dar que falar. E a bater recordes.