A nova edição do Campeonato do Mundo de clubes de futebol, organizado pela FIFA, tem já confirmadas 30 equipas das 32 que vão participar na competição em 2025. Entre essas três dezenas de participantes já fechados estão o Benfica e o FC Porto, os únicos representantes nacionais na renovada e ampliada competição.
Neste momento, ficam a faltar somente dois clubes para completar o quadro de participantes no Mundial. Essas vagas serão atribuídas ao vencedor da Taça Libertadores, da Confederação Sul-americana (CONMEBOL), e uma equipa dos Estados Unidos, ainda a designar, enquanto representante do país anfitrião da competição, que se realizará entre 15 de junho e 13 de julho do próximo ano.
Os argentinos do Boca Juniors foram a 30.ª formação a alcançar uma vaga no Mundial, classificando-se automaticamente na quinta-feira, face à eliminação do Nacional de Montevideu nos oitavos de final da Taça Libertadores.
Apesar de nem estarem a disputar a Libertadores, os xeineze garantiram um lugar no Mundial graças ao ranking de desempenho nos últimos quatro anos na competição sul-americana. O Boca junta-se a Palmeiras (2021), de Abel Ferreira, Flamengo (2022), Fluminense (2023), os três anteriores vencedores da prova, e River Plate, que também já carimbara a presença pelo ranking.
Desta forma, das seis vagas atribuídas à CONMEBOL, fica a faltar definir apenas uma, no caso o vencedor da presente edição da Libertadores, que será conhecido em 30 de novembro. Caso o campeão seja Flamengo, Fluminense ou River Plate, todos ainda em prova e que já têm presença assegurada no Mundial, a derradeira vaga passará para o clube com o terceiro melhor ranking a seguir aos dois argentinos , que, neste momento, é o Olimpia, do Paraguai. As outras hipóteses, entre as formações ainda em prova na Libertadores, são o Atlético Mineiro, o Colo Colo, o Botafogo, de Artur Jorge, o São Paulo e o Peñarol.
As restantes confederações continentais já têm todas os seus representantes definidos, com a UEFA a apresentar o maior contingente, com 12 equipas: os últimos quatro campeões europeus, Chelsea (2021), Real Madrid (2022 e 2024) e Manchester City (2023), aos quais se juntam as que tiveram melhor ranking neste período, no caso Benfica, FC Porto, Bayern Munique, Paris Saint-Germain, Inter Milão, Borussia Dortmund, Atlético de Madrid, Juventus e RB Salzburg.
Pela Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (CONCACAF), estarão presentes os últimos quatro vencedores da Liga dos Campeões, nomeadamente os mexicanos do Monterrey (2021), León (2023) e Pachuca (2024), e os norte-americanos do Seattle Sounders (2022).
Os sauditas do Al Hilal, de Jorge Jesus, campeões da Ásia em 2021, os japoneses do Urawa Red Diamonds (2022) e os árabes do Al Ain (2023/24), além dos sul-coreanos do Ulsan HD, estes por ranking, serão os quatro representantes da Confederação Asiática de Futebol (AFC).
Já as quatro vagas de África (CAF) ficaram entregues ao Al-Ahly (Egito), campeão continental em 2021, 2023 e 2024, e ao WAC Casablanca (Marrocos), vencedor em 2022, além do Espérance Tunis (Tunísia), de Miguel Cardoso, e o Mamelodi Sundowns (África do Sul), ambos por ranking de desempenho.
O Auckland City, da Nova Zelândia, ficou com a vaga da Oceânia (OFC).
O formato e as críticas
Ideia antiga de Gianni Infantino, o presidente da FIFA, a primeira intenção era fazer um novo Mundial de clubes em 2021, na China. No entanto, a pandemia da Covid-19 obrigou a adiar essa meta, atrasando a realização de um torneio que, para o líder do organismo máximo do futebol mundial, pretende dar um espaço de competição verdadeiramente global e alargado para o jogo de clubes.
Este Mundial teve sempre a oposição da UEFA, que vê nele um competidor da Liga dos Campeões. As ligas europeias e a FIFPro também já se mostraram contra esta ampliação, bem como a do Mundial de seleções, devido à saturação do calendário internacional.
O Mundial de clubes ocupará o espaço da antiga Taça das Confederações, realizando-se no ano anterior ao Mundial de seleções. A partir de 2025, realizar-se-á de quatro em quatro anos.
Haverá oito grupos, cada um com quatro equipas. Em cada grupo, cada conjunto enfrentar-se-á uma vez, num modelo semelhante ao dos Mundiais de seleções até 2022. Os dois primeiros de cada grupo seguem para os oitavos de final.
Haverá, depois, eliminatórias a uma mão até à final. Ainda não há prémios monetários fechados, mas calcula-se que cada participante receberá logo um cheque de €50 milhões pela entrada na prova, valor que, segundo a prestação no torneio nos EUA, poderia ser duplicado.
Para Benfica e FC Porto, será uma temporada de calendário cheio. Além das 34 jornadas da I Liga e das participações na Taça de Portugal (pode ir até sete jogos) e na Taça da Liga (com novo formato, pode ir até três partidas), também a Liga dos Campeões e Liga Europa, na qual águias e dragões, respetivamente, competirão, possuem modelos alargados. Ao invés dos seis encontros da anterior fase de grupos, Benfica e FC Porto têm garantidos oito desafios na fase de liga.
Imaginando uma época em que águias ou dragões cheguem às finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga, aos quartos de final da Liga dos Campeões/Liga Europa e aos oitavos de final do Mundial de Clubes, isso significará fazer 62 encontros na temporada (no caso do Benfica) ou 63 (no caso do FC Porto, que disputou a Supertaça).
A última jornada da I Liga está agendada para o fim de semana de 17 de maio. A final da Liga Europa está marcada para 21 de maio e a da Liga dos Campeões para 31 de maio. O Mundial de clubes arranca, nos EUA, a 15 de junho.
A meio disto tudo há, ainda, a Liga das Nações, também com formato aumentado, que afetará a temporada de seleções dos internacionais que atuem por conjuntos europeus. A fase de liga será entre setembro e novembro, com seis partidas; há, depois, uns quartos de final em março, a duas mãos, e meias finais e final em junho.
No total, um futebolista pode fazer mais 10 desafios nesta competição. Assim, um internacional de um clube como Benfica ou FC Porto poderá superar os 70 desafios em 2024/25.