Todas as temporadas, a equipa técnica de Abel Ferreira, o treinador agora bicampeão do Palmeiras, cria uma história. Neste Brasileirão 2023, antes das palestras com os jogadores, a imagem de um monopólio surgia, com os jogos distribuídos pelas casas do tabuleiro. Quando a distância para o Botafogo parecia incurável (chegou a ser de 14 pontos), o técnico português arquitetou uma narrativa em que colocava o Palmeiras fora da corrida, afirmando que o clube onde jogou Garrincha era o grande candidato e que tinha tudo para ganhar. A ideia era colocar a pressão do outro lado e quem sabe provocar fissuras. “É preciso saber estar na frente, lidar com a visibilidade, com essas coisas todas de quem ganha. Sabíamos que era um clube que não ganhava há muitos anos”, confessa ao Expresso João Martins, adjunto de Abel desde 2011/12, nos juniores do Sporting.
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O monopólio glorioso de Abel
Abel Ferreira tornou-se bicampeão pelo Palmeiras e conta nove troféus em três anos. Já é um dos maiores do país do futebol, segundo jornalistas brasileiros, lado a lado com nomes como Felipão e Telê Santana. As dúvidas, os avisos, o jogo de tabuleiro que marca a época, a mudança tática e o surgimento do garoto Endrick, eis a história do Brasileirão 2023, mítico por tantas razões