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A casa às costas

“No Valladolid, joguei com uma rotura e os fisioterapeutas não entendiam como conseguia jogar. Eu dizia-lhes que tinha sangue de leão”

Na segunda parte deste ‘Casa às Costas’, Manucho Gonçalves, avançado angolano esquerdino de 1,90m, fala-nos da sua carreira após a saída do Manchester United e de como ainda lhe é difícil encarar a realidade de já não estar a jogar. Dedicado, por enquanto, ao agenciamento de alguns jogadores, confessa a sua paixão pela música, revela ser pai de três rapazes e fala do episódio dramático que mais marcou a sua vida até hoje

Manuel Queimadelos Alonso

Como foi o primeiro embate com Valladolid e os espanhóis?
Foi agressivo. Eu vinha de um futebol mais de choque e em Espanha não era assim. Logo no primeiro jogo deram-me um cartão vermelho. O presidente chamou-me: “Manucho, aqui não é Inglaterra, aqui tens de ir mais suave, senão vais levar sempre com o vermelho.” Nossa Senhora, outra adaptação. Voltei a ter que ser mais soft.

Foi sozinho para Espanha?
Sim, já não estava com a mãe do meu filho, fiquei a viver sozinho.

Como o receberam no balneário?
Bem.

Não olharam de lado por vir de onde vinha?
Não, até porque eu entrei já com moral, não é? [risos]. Mas sou muito fácil de lidar, porque sou humilde. E sempre digo que a humildade é o melhor que uma pessoa tem. A pessoa tem que ser humilde e nunca estar de cabeça alta.

Na época seguinte foi emprestado ao Bucaspor, da Turquia. Porquê?
Porque descemos e o meu contrato era dos mais altos e não queria baixar o contrato. A melhor opção foi eles emprestarem-me ao Bucaspor. Mas fiz só seis meses.

A casa às costas