Nasceu na Maia. Comece por nos apresentar a família onde nasceu.
Sou o filho único de Alfredo e Maria Barros. O meu pai trabalha em decoração e a minha mãe faz limpezas de condomínio.
Que tipo de criança foi?
A minha mãe diz que eu era um menino muito sossegado e que me portava muito bem. Acho que continuo igual.
Sempre sonhou ser jogador de futebol ou quis ser outra coisa?
Foi sempre jogador. Não me lembro de mais nada. Era pequeno, tinha 10/11 anos, os meus avós viviam perto do estádio do Maia e eu acabava a escola no Castêlo da Maia, apanhava autocarro, lanchava em casa deles e ficava por lá até ser a hora do treino. Às vezes a chover torrencialmente e os meus avós diziam-me: “Filho, não vás, olha o que chove lá fora, está frio, fica em casa” e eu, miúdo, respondia que não podia, que tinha de ir, e lá ia eu até ao campo para treinar, chovesse torrencialmente ou estivesse sol. Ao domingo havia jogo e à tarde pedia sempre ao meu pai para me levar ao estádio do Maia, para apanhar bolas da equipa sénior.
Em casa torcia-se porque clube?
Prefiro não revelar.
Gostava da escola?
Era obrigação, tinha de ir, não havia nada a fazer [risos]. Estávamos sempre à espera do toque de saída, para ir para o campo jogar. Fazíamos quatro postes com mochilas, pedras, garrafas de água e se não houvesse bola era um monte de meias atadas com fita-cola, ou então uma simples garrafa de água esmagada, desde que desse para chutar, valia tudo.