Nasceu em Ribeirão Preto, no Brasil. Filho de quem?
Sou filho de um bombeiro, Edelcio Defendi, e de uma professora de artes, Aparecida de Fátima Farinelli Defendi. Tenho um irmão mais velho três anos, o Júnior, e outro mais novo seis anos, o Guilherme.
Qual é a sua primeira memória de infância?
Lembro-me que morávamos numa casa bem pequena e éramos muito felizes, muito felizes mesmo. Era uma casa aconchegante e divertimo-nos muito, eu e os meus irmãos.
Fazia muitas traquinices ou era uma criança tranquila?
Dos três filhos eu fui o que mais aprontei [risos]. Tenho algumas histórias. Tenho uma, por exemplo, com nove anos, quando jogava basquete com o meu irmão na garagem de casa. O nosso portão tinha umas lanças para proteger dos intrusos e eu coloquei a cesta de basquete pendurada nessas lanças, pareciam umas facas; quanto fui fazer afundar no cesto o meu braço aterrou numa lança. Fiquei quase pendurado na lança. Porém, eu tinha muito medo de ir ao médico, de tomar injeção, então eu e o meu irmão escondemos da minha mãe.
Esconderam durante quanto tempo?
Nem um dia, porque isso aconteceu à noite, eu peguei num pano de trapo, enrolei, tapei e fui dormir cedo. A minha mãe estranhou, eu nunca ia dormir cedo. No outro dia fui para a escola e a minha mão estava tão inchada que nem conseguia segurar na caneta. Voltei para casa e quando fui segurar no prato da comida a minha mãe viu os meus dedos inchados: "O que acontece?". Comecei a contar e a chorar de desespero, tive de ir ao médico e levar pontos. Tenho uma cicatriz até hoje e por pouco não perdi o movimento da mão direita.
Da escola, gostava?
Gostava da escola, não gostava de estudar [risos].
O que dizia querer ser quando fosse grande?
Eu queria ser lixeiro porque via os homens pendurados no camião e gostava. Quando ia ao supermercado eu atirava coisas para dentro do carrinho e dizia ser lixeiro [risos]