Nasceu no Porto. Filho que de quem?
Nasci na Sé, o meu pai, Vasco, é de Moimenta da Beira e a minha mãe, Maria Luísa, é de Paredes. Depois de nascer fui para Paredes, onde passei a infância, estudei e iniciei o futebol.
No que trabalhavam os seus pais?
O meu pai foi muito novo para o Porto, para entregar telegramas, depois foi carteiro, trabalhou toda a vida nos CTT, até ao dia em que se reformou. A minha mãe era empregada doméstica, naquela altura as empregadas eram internas e ela fazia Paredes e Porto. Eles conheceram-se no Porto ainda jovens.
Tem irmãos?
Tenho um irmão mais velho, com o mesmo nome do meu pai, Vasco, que ainda tentou dar uns chutos na bola, mas não seguiu.
Era um puto reguila?
É engraçado porque eu e o meu irmão éramos completamente o oposto do que somos hoje. Eu era um miúdo muito reguila e o meu irmão nem tanto. Hoje em dia se calhar é um bocado ao contrário, eu sou mais tranquilo e ele menos um bocadinho.
Tem alguma história que ainda hoje seja recordada em família a propósito de ser uma criança irrequieta?
Sim, eu na altura, como hoje, era um defensor do meu irmão, e contam que sempre que havia problemas ou brigas, era eu que me chegava à frente, apesar de ter menos quatro anos do que ele. Ainda por cima quando era pequenino usava botas ortopédicas, começava aos chutos aos rapazes que lhe queriam fazer mal [risos]. Sempre fui um bocado destemido para a idade.
O que dizia que queria ser quando fosse crescido?
Inicialmente dizia que queria ser médico porque o meu padrinho, que era da casa onde a minha mãe trabalhou mais tempo, era médico, e eu via como uma atividade que queria seguir. Mais tarde o futebol tomou conta de mim.