Quiseram os caprichos dos rankings e do sorteio que o duelo mais esperado deste Roland-Garros estivesse reservado para uma meia-final. Já o sabíamos desde o início do torneio: correndo tudo normalmente, finalmente veríamos um embate entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic num torneio do Grand Slam no jogo de acesso à final do torneio francês.
Djokovic já lá estava desde esta tarde, após bater o russo Karen Khachanov. E com Carlos Alcaraz correu tudo normalmente. Ou demasiado normalmente, com uma normalidade por vezes assombrosa tal a facilidade com que o jovem espanhol bateu Stefanos Tsitsipas, 5.º cabeça de série, finalista em Paris em 2021 e um dos melhores jogadores em terra batida do planeta.
O resultado conta boa parte da história deste encontro dos quartos de final: vitória em três sets, com parciais de 6-2, 6-1 e 7-6(5) , em 2h12 de encontro, com a exibição mais estelar de Alcaraz até agora no torneio, principalmente nos dois primeiros sets, com o grego a esboçar uma reação na parte final do último parcial. Sem consequências de maior. Agora, frente a Djokovic, o líder do ranking mundial, de 20 anos, terá na raquete a possibilidade de chegar pela primeira vez à final do segundo torneio do Grand Slam da temporada, depois de falhar o Open da Austrália por lesão.
Desde logo a massacrar a esquerda de Stefanos Tsitsipas, Alcaraz voou nos dois primeiros sets, em que nem sequer permitiu qualquer ponto de break ao gregro. Entre o fim do 2.º set e o início do 3.º, chegaram a ser quatro as quebras de serviço do jogador murciano, que apenas baixaria o nível na reta final do derradeiro parcial: chegou a ter oportunidade de fechar o encontro a 5-3, mas permitiu então os primeiros pontos de break a Tsitsipas, que acabaria por empatar o set, perante o entusiasmo do público, feliz por ver mais ténis e não uma saída de cena fulminante do helénico, vergado a uma potencial humilhação, tal era a diferença entre ambos até então.
O espanhol admitiria no final que, naquele momento, perdeu “um pouco o foco”, mas não demorou a recuperá-lo. Respondeu ao público com a fúria, trouxe-o de novo para o seu lado, batendo Tsitsipas ao sexto match point.
Segundo duelo
A final antecipada de sexta-feira será apenas o segundo duelo entre Novak Djokovic, que procura em Paris o recorde de 23 majors, e Carlos Alcaraz. No primeiro e único, no Masters 1000 de Madrid do último ano, venceu o mais novo, também numa meia-final e numa caminhada que só terminaria com o título.
“Será um bom jogo para jogar e para assistir. Queria muito jogar este encontro”, sublinhou Alcaraz no final do duelo com Tsitsipas, lançando a velha máxima: “Se queremos ser os melhores, temos de bater os melhores”. E sexta-feira, no court central de Roland-Garros, os dois melhores estarão frente a frente no encontro pelo qual todos suspirávamos.