Tenho a sensação de que o sindicato dos comentadores – que imagino uma espécie de fraternidade maçónica – aposta em inundar o léxico futebolístico de expressões que nos fazem sentir – a nós, mortais adeptos – inapelavelmente burros. Há palavras, conceitos, formulações que só servem para nos fazer sentir culpados por não termos tirado o nível IV do curso de treinadores da UEFA.
Já não é periodização tática. Já não são as célebres transições. Nem sequer é o gegenpressing: tudo isto, mesmo o que vem embrulhado em alemão, já foi assimilado até pelo cérebro do adepto menos erudito. Por isso é preciso trazer novidades, novas expressões reservadas aos iniciados. Aquela que está a bater mais é a referência aos “apoios”. Ou eu andava muito distraído ou então davam-lhe outro nome, mas parece que nos últimos tempos não há transmissão televisiva em que o comentador não fale dos apoios.