A Oxford University Press escolheu como palavra do ano “brain rot”. Vamos lá à definição: “suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, visto particularmente como o resultado do consumo excessivo de material (sobretudo online) considerado banal ou pouco exigente.” O cérebro não “apodrece” de um dia para o outro, vai apodrecendo, deteriora-se à medida que se expõe a doses cada vez maiores de lixo. Por isso é que este súbito colapso do Manchester City e do seu timoneiro Guardiola não me faz pensar num processo de deterioração semelhante ao “brain rot”, mas mais num apagão, numa explosão que danifica todos os circuitos. Este City não apodreceu, fritou.
Em minha casa, sempre que um eletrodoméstico se avariava repentinamente, a minha avó reagia com um misto de incompreensão e indignação. Como é que era possível que, por exemplo, o ferro de engomar ou a torradeira tivessem deixado de funcionar de um dia para o outro se ainda ontem estavam a funcionar perfeitamente? Pois. O Manchester City é um daqueles eletrodomésticos de outrora que não deu quaisquer sinais de se poder apagar de um dia para o outro. No entanto, foi isso que aconteceu, gerando incompreensão e indignação junto dos adeptos habituados a que a máquina não falhasse.