O efeito borboleta do despedimento de Ten Hag do Manchester United foi, mesmo, a nota de maior destaque da primeira metade da I Liga 2024/25. A saída do neerlandês dos red devils ditou que os ingleses viessem contratar Ruben Amorim, o que privou o Sporting do seu técnico, causando uma brutal quebra de rendimento nos campeões nacionais. O que era uma competição com um dominador claro tornou-se numa disputa bem mais aberta.
Veja-se: com Amorim, os verde e brancos obtiveram 11 vitórias em 11 rondas. À data da saída do atual dono do banco de Old Trafford, lideravam a I Liga com mais cinco pontos que Benfica e mais seis que FC Porto, apresentando o melhor ataque e a melhor defesa entre os 18 participantes.
Num ápice, muito mudou. João Pereira substituiu Ruben Amorim e em quatro partidas do campeonato perdeu oito pontos, o dobro dos que o seu antecessor cedeu nas derradeiras 30 jornadas em que esteve na I Liga.
Concluída a primeira volta do campeonato, a excelência do Sporting encolheu. Os cinco pontos de avanço para o Benfica são, agora, três, os seis para o FC Porto tornaram-se apenas num ponto, com os dragões a terem uma partida em atraso. Esse embate disputar-se-á a 15 de janeiro, com a visita ao Nacional que foi adiada pelo nevoeiro.
A equipa de Alvalade mantém o melhor ataque (48 golos, face a 40 do FC Porto e 38 do Benfica), mas caiu muito defensivamente. Após encaixar cinco golos em 11 jogos com Amorim, o Sporting sofreu nove golos em seis partidas, sendo apenas a terceira melhor defesa. O Benfica, com 11 golos sofridos, e o FC Porto, com nove, estão melhores que os campeões nacionais.
Este nivelamento do topo da tabela corresponde, na verdade, à tendência geral da competição. A meio da temporada, tudo está em aberto. Três pontos separam os três primeiros — com a tal ressalva do jogo em atraso dos dragões —, SC Braga e Santa Clara estão empatados logo a seguir, há cinco pontos entre o Vitória SC, sexto, e o Rio Ave, décimo. Entre Boavista, último, e Estrela, 13.º, há meros quatro pontos.
Assim, vale a pena olhar para os destaques estatísticos desta primeira volta. Recorrendo aos dados da plataforma especializada Driblab Pro, há protagonistas esperados e outros mais surpreendentes.
Os goleadores
Viktor Gyökeres dá, nesta temporada, continuidade ao que realizou na anterior. Melhor marcador de 2023/24, lidera os goleadores, com 21 festejos, registo que fá-lo-ia ser o melhor marcador do campeonato em oito das edições que já se disputaram no século XXI.
O sueco é, mesmo, um caso de omnipresença atacante. Não só marca, como se destaca em quase todos os parâmetros entre os atacantes: é quem mais remata por encontro (4,5 disparos em média) e quem mais o faz na direção da baliza contrária (2,2 vezes por duelo), sendo ainda o que mais toca na bola na área adversária (10,1 toques, em média, por jogo, quando mais nenhum ponta de lança supera os sete toques em média).