Íamos a meio de novembro e Pedro Proença, a cumprir o terceiro e último mandato na liderança da Liga de Clubes, nutria o seu jogo de cintura quando a entrevista à Tribuna Expresso chegou ao entroncamento com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Estaria o ainda presidente da entidade que agrupa os clubes das divisões profissionais a ponderar candidatar-se?
A resposta serviu-se com um drible para o lado. “Não coloco isso neste momento. Neste momento, para mim, a importância é perceber que há muita coisa para fazer no futebol profissional, que os clubes hoje ganharam um espírito coletivo que me deixa muitíssimo satisfeito”, disse Proença, decidido a vincar essa posição com uma frase quase chavão do futebol português: “Alguns dirão que estou na minha cadeira de sonho.”
Dois meses passaram, a vida prosseguiu e o presidente da Liga deu nova entrevista, desta feita ao “Record”. De novo, uma das perguntas tocou na sua hipotética candidatura, num futuro próximo, à liderança da FPF. Desta feita, a negação na resposta de Pedro Proença apareceu para negar que negue a hipótese: “Se há coisa que a vida me ensinou, foi que nunca direi que nunca farei qualquer coisa. Aquilo que lhe posso dizer é que estou muito satisfeito no que estou a fazer.”
Enigmático, mas não perentório, Proença deixa assim em aberto a possibilidade de poder vir a ser uma hipótese de sucessão a Fernando Gomes, cujo último mandato na FPF termina este ano. Em ambas as citadas entrevistas, o presidente da Liga de Clubes elogiou sem poupanças o trabalho do dirigente aos comandos da federação. “Eu acho que é unânime, é um trabalho de excelência”, resumiu à Tribuna Expresso.
Em junho do ano passado, o antigo árbitro internacional foi o primeiro presidente a ser reeleito para um terceiro mandato na Liga, que irá até 2027. No cargo desde 2015, Pedro Proença também assumiu outras funções em novembro último, sendo eleito como líder da Associação das Ligas Europeias de futebol (European Leagues).
Não sendo oficial nem assumido por qualquer um, Pedro Proença junta-se a outro nome já badalado para poder vir a candidatar-se à presidência da FPF: em setembro, a Tribuna Expresso soube que várias figuras do futebol nacional estavam a pressionar Luís Figo, antigo capitão da seleção nacional e vencedor da Bola de Ouro, a preparar um projeto para vir a ser líder da entidade.