Trocarias o conforto da tua terra mãe, com a proximidade da família e uma rara estabilidade profissional, por um lugar conhecido por demitir técnicos e um clube repleto de traumas e inseguranças? A maioria das pessoas diria que não. Mas Artur Jorge topou o desafio e, sete meses depois, tem a chance de fazer algo que apenas Jorge Jesus e o Santos de Pelé conseguiram: vencer o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores no mesmo ano.
De facto, a missão era ingrata. O Botafogo viveu um trauma em 2023 ao perder um título praticamente garantido para o Palmeiras e o treinador Tiago Nunes vivia sob imensa pressão após maus resultados no Campeonato Carioca e foi demitido ainda em fevereiro.
Após contratar Bruno Lage e demiti-lo meses depois, em 2023, John Textor decidiu que as ambições do clube mereciam um projeto mais audacioso. Foram mais de 30 milhões de euros investidos em contratações, com as chegadas de Luiz Henrique, Savarino, o goleiro John, Alexander Barbosa e o defesa Lucas Halter.
A ideia do empresário era ter um treinador que pudesse implementar um modelo de jogo rápido e ofensivo sem deixar de lado a base. No fim de março, Textor apresentou pessoalmente o projeto do Botafogo a Artur Jorge, ainda no Braga. Recém-campeão da Taça da Liga de Portugal, sair do país vivendo o auge como treinador seria um movimento arriscado. Em abril, treinador topou o desafio.