Depois de uma fase de qualificação limpinha, limpinha, com dez vitórias em dez jogos, feito inédito por estas paragens, carradas de golos e, no geral, exibições de acordo com a qualidade individual dos nossos jogadores, é difícil encontrar espinhos no meio de tantas rosas, da avalanche de pétalas fragrantes que nos embriagam e deliciam. É bonito ver a equipa arrumada, o talento aproveitado e os génios ao serviço do coletivo. É bonito ver a equipa solta, sem receios de sofrer golos e focada em marcá-los, mesmo que os adversários não sejam de primeira linha, da estirpe daqueles gigantes contra os quais esbarramos frequentemente.
Agora, de nada vale chorar pelos anos desperdiçados com um treinador que a maior parte dos adeptos não quereria ver no seu clube, um selecionador com inquestionáveis qualidades humanas, que ficará para a história como o primeiro que levou a seleção aos triunfos continentais, que foi bafejado pela sorte que, como se viu, não protege apenas os audazes, mas que tinha a tendência para pôr a marcha-atrás mais vezes do que a verdadeira ambição exigia e que, verdade seja dita, não tinha unhas para tão esplêndida guitarra. Agora, resta seguir em frente e esperar que a sorte recompense a audácia como antes recompensou o temor.