Mudámos de treinador, de sistema tático, abrimos as janelas para que o ar corresse pela casa e após cinco vitórias em cinco jogos de apuramento para o Europeu, com quinze golos marcados e nenhum sofrido continuamos à espera do futebol bonito, fluido e eficaz, que seria de esperar de um conjunto de jogadores com inegável talento, conhecimento tático e sem aquele complexo de inferioridade física e cultural que, durante tantos anos, foi a sina do nosso futebol.
Discute-se a inclusão deste ou daquele jogador, com o argumento explícito do momento de forma e o mais envergonhado da pertença clubística, fala-se da preponderância de um agente na hora de elaborar a convocatória, mas tudo isso ficaria arrumado na gaveta das discussões especulativas se a seleção jogasse como equipa ao nível da qualidade dos jogadores que a compõem. Podemos achar que seriam justas as chamadas de Paulinho, Pedro Gonçalves ou Mário Rui, e que essa justiça faz parte das obrigações de um selecionador, com o seu quê de juiz, mas também sabemos que a eventual presença dos agora proscritos não resolveria o problema deste futebol mínimo, que não entusiasma nem apaixona.