Ciclismo

Alguém semeou pioneses na estrada durante a segunda etapa da Volta a França e a polícia basca está a investigar

Sete dos oito ciclistas da Cofidis, por exemplo, foram afetados pelos pioneses. Lilian Calmejane, da Intermarché-Circus-Wanty, publicou um vídeo no Twitter onde mostrava cinco pequenos pregos no pneu dianteiro. A polícia basca está a investigar um grupo que supostamente quereria interromper a prova. "Que saibam que podem fazer muito dano com as vossas estupidezes, imbecis”, denunciou o atleta

David Ramos

Há uma frase celebremente atribuída a Albert Einstein: “A diferença entre a estupidez e a genialidade é que a genialidade tem limites”. Não se sabe ao certo se o físico alemão terá dito algo semelhante sequer, o mais certo é que seja mais um daqueles mitos que assolam homens como Fernando Pessoa e as suas pedras pelo caminho, mas podemos muito bem citar Albert ou um anónimo criativo para catalogar o que está a acontecer no Tour.

No domingo, entre as localidades de Vitória e San Sebastián, no País Basco, aconteceu algo inusitado. As bicicletas de vários ciclistas foram castigadas por vários pioneses que foram, suspeita-se, maldosamente colocados no asfalto. As denúncias dos furos ou promessas de furos partiram dos diretores das equipas presentes naquela prova e o incidente terá acontecido na zona de Hernani, na província de Guipúscoa, a 40 quilómetros da meta.

De acordo com o “El Mundo”, quase todos os atletas da Cofidis foram atacados na última fase da corrida por aqueles imóveis e expectantes pioneses. Foi Bingen Fernández, o diretor daquela equipa, que o confirmou.

Outro dos afetados foi Lilian Calmejane, da Intermarché-Circus-Wanty. “Obrigado por esta estupidez”, escreveu o ciclista francês nas redes sociais, demonstrando ainda as mazelas no pneu da bicicleta. “Não creio que tenha sido o único a sofrer disto. Que saibam que podem fazer muito dano com as vossas estupidezes, imbecis!”

Matt White, diretor da Jayco, admitiu ter observado entre 15 a 20 pioneses na estrada numa determinada zona. Se alguns puderam evitar, outros foram obrigados a percorrer o trajeto em marcha lenta derivado daquela picada. O diário espanhol dá conta ainda de que os elementos responsáveis pela segurança da prova não receberam qualquer denúncia.

Nesta altura, pode ler-se noutro artigo do “El Mundo”, a polícia autónoma do País Basco, a Ertzaintza, está em cima do assunto para descobrir os perpetradores daquele ato antidesportivo e até bastante perigoso, portanto eventualmente criminoso. Nesta altura, 11 pessoas estão a ser investigadas. Aquela polícia terá identificado um grupo, algures em Alto de Morga, em Vizcaya, que tinha uma tarja e que supostamente quereria interromper a prova.

Convém recordar que, até para o caso de outros insatisfeitos manifestantes quererem copiar aquela ação, os ciclistas podem atingir os 100 quilómetros por hora em cima de uma bicicleta. Uma queda a metade dessa velocidade seria igualmente danosa.

Victor Lafay teve a arte ou a fortuna de evitar aqueles pedaços de más notícias – foi o único em oito concorrentes da Cofidis – e conquistou a segunda etapa do Tour, à frente de Wout van Aert (Jumbo-Visma) e Tadej Pogacar (UAE Emirates).

A Volta a França prossegue esta segunda-feira, entre Amorebieta-Etxano e Baiona, ao longo de 193.5 quilómetros.