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A casa às costas

“No primeiro treino no Irão degolaram uma cabra à minha frente. Os jogadores metiam a mão no sangue e passavam pelo joelhos, tornozelos...”

O defesa central Tiago Ferreira, de 30 anos, esteve três anos na Roménia onde ganhou uma taça, ao serviço do CS Universitatea de Craiova. Experimentou depois o futebol húngaro, através do MTK, antes da aventura pelo Tractor, do Irão, onde foi confrontado com uma cultura muito diferente da europeia. Ainda passou pelo “amador” futebol da Albânia, até assentar arraiais em Portugal, primeiro no Trofense e agora no União de Leiria, clube que, considera, vai chegar a outros patamares. Assume querer jogar pelo menos até aos 36 anos e que ainda ambiciona conseguir um bom contrato fora, mas diz que vive o dia a dia sem fazer grandes planos

NUNO BOTELHO

Como surgiu a hipótese de ir para o CS Universitatea de Craiova, na Roménia?
Na altura eu tinha empresário, era o Pedro Cordeiro e o Moreira de Sá, e foram eles que me possibilitaram ir para fora.

Era algo que ambicionava?
Era. E na altura ambicionava mesmo, ia fazer 24 anos, sentia que o meu espaço em Portugal não estava como tinha perspetivado e queria uma mudança. Eu gosto muito de experimentar coisas novas, não tenho medo de arriscar, de atirar-me às coisas. Era algo que eu queria e eles ajudaram-me.

Que ideia tinha da Roménia?
Não era muito boa, tendo em conta o que se ouvia aqui. Mas antes de ir estive a inteirar-me de como era o clube e posso dizer que tive muita sorte de ir para aquele clube, é o mais organizado da Roménia, nunca passei por problemas salariais, isso nem era um assunto, e quando assim é, perfeito. Gostei muito e tive sorte de ter um brasileiro na equipa, o Gustavo Vagenin, que fiquei muito amigo, ainda há poucos meses esteve em Portugal. Ele ajudou-me bastante no início, com a casa e o carro, estávamos sempre juntos, ajudou-me muito na adaptação.

Foi sozinho?
De início, sim, depois a minha atual mulher foi lá ter. Na altura namorávamos.

Como se chama e onde a conheceu?
Conheci a Marlene na Madeira, apesar de ela também ser do Porto [risos]. Ela é podologista e estava lá a trabalhar.

A casa às costas