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A casa às costas

“Em Alcochete havia ‘A Selva’, o quarto do Semedo, Yannick Djaló, Zezinando e Paim. Se nos portávamos mal íamos lá para levar uns carolos”

Diogo Amado, 33 anos, verteu muitas lágrimas quando, aos 12, se mudou de Lagos para a Academia do Sporting, em Alcochete, e foi preciso um tratamento de choque para não desistir do sonho de ser jogador de futebol. Fez toda a formação no clube do coração, mas só conseguiu estrear-se, na I Liga, no União de Leiria. Ainda teve uma breve passagem pelo Sheffield Wednesday, mas não se adaptou e regressou Estoril Praia, onde jogou cinco anos, dois deles sob a batuta de Marco Silva, um treinador especial que “consegue que os jogadores queriam dar a vida por ele em campo”

Carlos Rodrigues

Nasceu em Lagos. Filho de quem?
O meu pai, José Carlos Amado, foi jogador, era avançado. Quando eu nasci, ele jogava no Paços de Ferreira. Eu por acaso nasci no norte, mas fui registado como algarvio, sou lacobrigense. A minha mãe, Cristina Amado, estava a acompanhá-lo. Só mais tarde é que nos mudámos para o Algarve, ainda eu era bebé, devia ter um ano.

Tem irmãos?
Tenho uma irmã, a Lia, cinco anos mais velha.

Deu muitas dores de cabeça aos pais, em criança?
Não, sempre um miúdo calminho.

O que dizia querer ser quando fosse grande?
Sempre disse que queria ser jogador de futebol e que tinha de ser no Sporting. Portanto, cumpri cedo o meu sonho [risos].

Lá em casa é tudo sportinguista?
O meu pai, a minha irmã e eu somos, mas cresci a ser enganado pela minha mãe que dizia ser do Sporting, mas viemos a descobrir que ela é portista.

Quem eram os seus ídolos?
O Figo, sem dúvida. Depois, com o passar do tempo, comecei a olhar para a referência como o Xavi Hernández, porque é uma forma de jogar no meio-campo como eu realmente gosto, e o Cristiano Ronaldo, obviamente.

Gostava da escola?
Até gostava. Era preguiçoso para estudar, mas era bom aluno. Depois de levar nas orelhas, lá fazia as coisas e acabava por fazer sempre tudo bem-feito.

Quando, como e onde começou a jogar futebol?
Eu ainda não tinha idade para jogar quando comecei a jogar futsal no Centro de Lagos. Jogava com o cartão de outro jogador mais velho. O meu nome era Luís, na altura [risos]. Depois fui para o Esperança de Lagos, aí já futebol de 7 e passado um ano fui para o Sporting para jogar futebol de 11.

A casa às costas