Quando, a 5 de março de 2020, Rúben Amorim atirou aquele malandro “e se correr bem?” durante a apresentação como novo treinador do Sporting, ninguém em consciência podia afirmar que teria noção do que viria por aí. Fosse alguns dias depois estar meio mundo fechado em casa a contas com uma pandemia ou o facto de aquele pespineta ex-médio do Benfica vir um dia a tornar-se num dos treinadores mais importantes da história do Sporting.
Pode ser uma avaliação subjetiva, mas há números a sustentá-la. As contas ainda não estarão totalmente terminadas, até porque Rúben Amorim surgirá no banco pelo menos em mais um jogo da I Liga, esta sexta-feira frente ao Estrela da Amadora, talvez até na viagem a Braga, mas, para já, com 70.6% de triunfos em 228 jogos, o treinador de 39 anos é o segundo com maior percentagem de vitórias, só atrás de Joseph Szabo, o húngaro que lançou as fundações dos Cinco Violinos nos anos 30 e 40 e que venceu 76.3% dos 270 jogos em que foi treinador do Sporting.
Treinadores impactantes no Sporting do séc. XXI, como Paulo Bento ou Jorge Jesus, ambos com mais de 150 jogos pelos leões, não foram além de 60.3% e 62.7% de vitórias, respetivamente.
Ao que tudo indica, Rúben vai apresentar-se em Old Trafford com um belo currículo em números: nos tais 228 jogos, entre os últimos meses da temporada 2019/20 e os primeiros da época 2024/25, Amorim açambarcou 161 vitórias, 34 empates e 33 derrotas. Olhando só para a I Liga, são 120 vitórias e apenas 14 derrotas como treinador do Sporting, o que aumenta a percentagem de vitórias para 77%.
De resto, também só Szabo ganhou mais títulos de dimensão nacional (7) que Rúben Amorim, que conquistou cinco: além dos dois campeonatos (2020/21 e 2023/24), tem ainda uma Supertaça (2021) e duas Taças da Liga (2020/21 e 2021/22). Num clube tradicionalmente pouco paciente com os seus treinadores, estar quatro anos e meio no banco do Sporting valeu a Rúben Amorim ficar também apenas atrás de Szabo na lista dos técnicos mais longevos.