O arranque da Taça
“Somos candidatos a vencer a Taça de Portugal. É um objetivo que temos para a nossa época. Esta equipa ainda não venceu, mas temos a mesma vontade de vencer, como a Taça da Liga. Estamos no Sporting. É um objetivo. É uma equipa de uma divisão inferior [o rival], o que passámos aos jogadores é que depende de aquilo que nós fizermos no jogo, na forma como vamos enfrentar o desafio, isso vai ter um grande impacto no jogo. Demos o exemplo de há duas épocas, em que o Alverca eliminou o Sporting, e no ano a seguir com o Sacavenense. O resultado foi completamente diferente [7-1]. Depende mais de nós do que do adversário, sabendo que as equipas são todas bem orientadas. É um clube histórico, é um estádio bom para jogar. Há estádios mais complicados, mas este é de I Liga, é muito grande, isso ajuda, tivemos sorte. É uma viagem curta. Temos tudo para fazer um bom jogo, temos de ganhar.”
A semana de trabalho
“Aproveitámos para ver jovens jogadores, muitos deles estiveram nas seleções. Vimos outros que muitas vezes não passam por nós. Temos miúdos com bastante talento que têm de dar passos em frente na sua formação. Vimos jogadores como o Rodrigo Ribeiro, de 16 anos, muito novo, um miúdo cheio de talento. Vamos descobrindo aqui ou ali, como aconteceu com o Dário [Essugo]. Estávamos a ver os treinos de uma equipa de sub-16, fomos chamando. Eles têm de saber que têm de aproveitar as oportunidades. Estamos sempre atentos.”
Regresso ao Restelo
“É especial, tenho muitas memórias do clube, do estádio. Fomos uma equipa que, com o ‘Caso Mateus’, ficámos na I Liga, mas construímos aí duas boas equipas. Na altura, fomos à Liga Europa, jogámos com o Bayern na pré-eliminatória. Era um clube que começou a atravessar alguns problemas. Até lá, com o Sequeira Nunes, penso eu, foi um clube muito cumpridor. É um histórico. Muita gente, principalmente do nosso plantel, não conhece a história do Matateu, do campeonato que se ganhou, das Taças de Portugal, do Zé António, que era nosso diretor e faleceu. Tenho boas memórias, mas acho que não está lá muita gente do meu tempo. É um clube que teve de descer, tem de subir. Agora é complicado, ainda há CNS, Liga 3, torna-se tudo mais complicado. Mas tem condições, está num sitio muito bom. Não me quero meter onde não devo e não sei, mas é um bom sítio. Lembro-me de ter as piscinas, as bombas de gasolina. É um clube com nome, adeptos, formação, tem tudo para crescer. Vai levar tempo, mas está no bom caminho. Desceu, mas tem condições diferentes dos outros, pela história e formação, tem tudo para voltar para onde merece.”
Regresso de Pedro Gonçalves?
“Ninguém tem lugar garantido. Agora, um jogador que está a recuperar os índices físicos e que já treinou, obviamente que vai ser opção. Ele vai iniciar o jogo. O Inácio está apto, mas ontem sofreu um toque outra vez, tem tido azar. Vamos ver. Poderão jogar os dois. Em princípio, o Pedro Gonçalves é certo, o Inácio vamos ver, não queremos arriscar.
A equipa não está dependente do Pedro Gonçalves, a equipa é mais forte com ele. Tem características únicas, vinha de um bom momento. Tem mais impacto, vinha marcando muitos golos. A equipa não depende do Pedro Gonçalves, tem ganho. Não ganha na Liga dos Campeões, não sei se ganharia com o Pedro Gonçalves, não foi por aí as derrotas do Sporting. Teve mais do lado do treinador, na forma como encarámos os dois jogos, o que não fizemos e devíamos ter feito. Não teve muito a ver com o substituto do Pedro Gonçalves.
Agora, é obviamente uma boa notícia, até pelo espírito que dá à equipa, pela forma divertida que se apresenta nos treinos, e pela qualidade que tem. Muitas vezes, até vocês diziam que o Pedro Gonçalves desaparece do jogo e faz golo, essas características são essenciais, obviamente que sentimos falta do Pedro Gonçalves. Agora, ele tem de lutar e ganhar o lugar dele. Estamos felizes, somos claramente mais fortes com mo Pedro Gonçalves.”
O foco
“O principal é ganhar o jogo, vamos apresentar uma equipa forte. Temos de igualar os níveis de todo o grupo. Vamos ter um mês sem folgas, temos jogo atrás de jogo e todos têm de estar preparados. Tivemos atenção a isso. Todos os jogadores do Sporting têm de estar preparados para vencer o Belenenses, como todos os jogos. A atenção foi por aí, ganhar o jogo, igualar o nível da equipa, dar alguns minutos a quem não tem tido tanto jogo. Há jogadores que vão jogar porque precisam de jogar para estar bem nos próximos. É um misto de tudo, atenção aos pormenores, de quem precisa de mais e menos, quem precisa de ativar após duas semanas sem competição. Foi por aí que decidimos.”
Afirmação de Palhinha na seleção
“É normal. Vem crescendo desde Braga, fez um grande época, depois os jogadores crescem com a confiança. Marca golos de bola parada, sente-se confortável a jogar sozinho (porque consegue chegar a muitos lados), tem umas características tão diferentes dos outros, mesmo na nossa equipa e na seleção, que o evidenciam. Pode melhorar muito na seleção, no Sporting, nos jogos europeus, sentir-se mais à vontade. Não podemos esquecer que o Palhinha não tem assim tantos jogos na Liga dos Campeões.”
Matheus Nunes e a seleção
“Transpôs para a sua estreia aquilo que é: é muito divertido, tem noção que podia estar a trabalhar numa padaria, está na seleção nacional. Tudo para ele é uma coisa boa na vida. Vejo com naturalidade. Tem de trabalhar muito. Eles estão bem, mas têm muito para melhorar e têm de fazer por isso."
Amorim, criador ou imitador?
[risos] “Não gosto de estar a comentar essas situações. Sou muito de tirar o que há de melhor à volta. Todos os treinadores dão ideias aos outros, é um misto dos dois. Não me quero caracterizar de um lado ou do outro."
Jovane
“É um jogador que teve um crescimento aqui com muitas lesões. Temos de estar a fazer gestão, em termos de minutos, cargas de treino. A sua disponibilidade para jogar e treinar aumentou muito. É isso que fazemos. O Jovane começou muito bem a época, lembro que, quando chegámos, foi o jogador mais importante, quando voltámos da pandemia. Tem momentos assim. É irregular nas suas exibições, mas tem muito talento.”
Luís Neto vai jogar?
“Tem um desconfortozinho. Temos de fazer a gestão, já temos pouco centrais.”
Sarabia e Pedro Gonçalves: podem jogar juntos?
“Sim, são compatíveis. Mesmo que tivessem o mesmo pé, às vezes as mesmas características, mas são jogadores diferentes. Jogadores de qualidade são sempre compatíveis. Mas não têm lugar garantido. Têm muita competição, há muitos jogos. Quem estiver melhor, vai jogar. Ambos têm golo, qualidade, assistência, agora têm de fazer por merecer um lugar no 11."