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Manchester Laces, a equipa de mulheres, trans e pessoas não binárias: “Há jogadoras que dizem que este clube lhes salvou a vida”

Em Manchester, há um clube "amigável e inclusivo" que "desafia o pensamento binário" e quebra "barreiras e normas". Contestando as "regras anacrónicas" sobre participação de pessoas trans ou não binárias no futebol amador, o Laces quer "iniciar um movimento que reconhece que o género é fluido e que o futebol não deveria colocar barreiras a quem quer participar", criando um "ambiente saudável" a quem "tem uma existência marcada pelo medo"

Manchester Laces

Pedro Barata, enviado ao Euro 2022

Quando Jo McDonald nasceu, há 54 anos, o futebol feminino estava proibido em Inglaterra, como consequência de uma decisão tomada em 1921 — momento em que equipas compostas por mulheres chegaram a mobilizar multidões de milhares de espectadores para verem as suas partidas. Na escola onde estudou, havia “recreios separados para rapazes e raparigas”, pelo que elas “não só não podiam jogar futebol, como também nem podiam ver os outros” praticarem-no. “Era algo que nos era escondido”, conta.

Sendo o jogo inacessível ao olhar, se, na altura, alguém dissesse a Jo que um encontro entre mulheres encheria Old Trafford, ela “jamais acreditaria”. Da mesma forma que “nunca imaginaria” que, com 54 anos e muito tempo depois do tempo em que não a deixavam — nem às suas companheiras de geração — entrar em campo, estivesse a jogar futebol semanalmente. Mas é isso que está a acontecer.

A oportunidade foi-lhe dada pelo Manchester Laces, o primeiro clube inclusivo para mulheres, transgénero e pessoas não-binárias na segunda cidade com mais população no Reino Unido. Jo fala com a Tribuna Expresso no Platt Lane Sports Complex, logo a seguir a um treino que fez com o conjunto do qual é capitã, a purple team, uma das várias equipas do clube — um “grupo muito heterogéneo que reúne quem nunca deu um pontapé numa bola antes de se juntar a nós, ou quem só jogou na escola e não o faz há muito tempo, ou simplesmente quem tenha vontade de jogar”, explica-nos.

Filha de um tempo em que o futebol fechava as suas portas a metade da população, Jo nunca foi a Wembley, um dos templos da bola mundial. Fá-lo-á, pela primeira vez, a 31 de julho, para assistir à final do Europeu, na qual estará Inglaterra. “Nasci quando as mulheres não podiam jogar e agora vou estar em Wembley numa final de um grande torneio feminino que tem lotação esgotada há imenso tempo. É algo que me deixa muito emocionada”, confessa com a voz embargada e um entusiasmo que faz com que a bola que agarrava durante a nossa conversa lhe escorregue das mãos.

O Manchester Laces foi criado em março de 2021 com o objetivo de fundar um clube “com um ambiente inclusivo e aberto”, independentemente do “background, religião, orientação sexual ou género”, explica Helen Hardy, fundadora e grande alma do projeto. Ano e meio depois de ter começado, o clube reúne já cerca de “350 pessoas”, conta Helen, “100 membros permanentes, que jogam nas diferentes equipas” que constituem o Laces, e “250 que aparecem de vez em quando, quando podem”.

Um emblema que “não é só sobre os golos que marca ou os troféus que ganha”, garante a fundadora, mas no qual importa “o coletivo e a comunidade”, que é “amável e agradável para toda a gente”. Um “espaço de amor, amizade e bem-estar”, que “desafia o pensamento binário”, quebrando “barreiras e normas”. O Manchester Laces foi eleito clube amador do ano no Reino Unido, em 2022, e também ganhou um prémio denominado “futebol contra a homofobia.”

Artigo exclusivo para subscritores.Clique aqui para ler.

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