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Buscas no FC Porto: há pelo menos dez arguidos e “milhares” de bilhetes apreendidos, Super Dragões lamentam bancada vazia

Dragões comunicaram que diligências estão a decorrer numa das empresas do grupo FC Porto e, também, na loja existente no estádio do clube. À Lusa, fonte da PSP indica que as buscas “estão relacionadas com a Operação Pretoriano”, tendo sido apreendidos “vários milhares” de bilhetes para jogos e dinheiro. Já foram constituídos arguidos “mais de uma dezena” de indivíduos

Julian Finney

Ao começo da manhã de domingo, foram iniciadas buscas em dois espaços do universo do Futebol Clube do Porto. A direção dos dragões informou que as mesmas decorriam na Porto Comercial, uma das participadas do grupo empresarial do clube, e na loja do Associado do Estádio do Dragão. Fonte da PSP, força de investigação que está a conduzir as buscas, adiantou à Lusa que estas diligências “estão relacionadas com a Operação Pretoriano", acrescentado o Público que esta nova operação é denominada “Bilhete Dourado”.

A direção do clube, que é agora presidido por André Villas-Boas, “compromete-se a prestar todo e qualquer apoio às autoridades no desenrolar das suas diligências”. As ações decorrem poucas horas antes de, no estádio dos azuis e brancos, o FC Porto disputar o dérbi da cidade contra o Boavista.

A PSP adiantou que foram apreendidos “vários milhares” de bilhetes para jogos e dinheiro nas buscas. Já foram, também “constituídos arguidos mais de uma dezena de indivíduos”, indicou à Lusa fonte policial. A mesma fonte referiu que as buscas iniciaram-se ao início da manhã para “dar cumprimento a vários mandados judiciais” e estão a ser feitas “com o apoio de diversas valências policiais”.

A Operação Pretoriano investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral (AG) do FC Porto, a 13 de novembro de 2023, sustentando o Ministério Público que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo”, para que fosse aprovada a revisão estatutária “do interesse” da então direção ‘azul e branca’, liderada por Pinto da Costa.

Em 31 de janeiro deste ano, a PSP deteve 12 pessoas, incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, que continua em prisão preventiva, juntamente com Hugo Carneiro.

Em causa estão crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação.

Super Dragões garantem que “tudo será esclarecido”

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a claque Super Dragões informa que “foi solicitado ao Futebol Clube do Porto o estorno e cancelamento de todos os ingressos emitidos ao abrigo” do protocolo entre as duas entidades, um documento que sublinham ser “de conhecimento público e disponível no website da Associação para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD)”.

Em consequência, é previsível que o topo sul do Estádio do Dragão se apresente despido no jogo desta noite, às 20h30, entre FC Porto e Boavista, e a contar para a 33.ª e penúltima jornada da Liga: “Não podemos deixar de lamentar o sucedido, sendo a primeira vez na história que a bancada não estará preenchida. Estamos plenamente convictos que tudo será esclarecido em sede própria”.

Atualizado às 16h, com novas informações