O líder da claque dos Super Dragões, Fernando Madureira, deverá ser ouvido esta segunda-feira, no âmbito da Operação Pretoriano, um dia após Jorge Nuno Pinto da Costa lhe dirigir palavras de apoio uma vez confirmada a sua recandidatura à presidente do FC Porto.
No domingo, o líder do clube anunciou a sua corrida a um 16.º mandato no Coliseu do Porto e perante mais de duas mil pessoas. Durante o seu logo discurso, Pinto da Costa não referiu a investigação judicial a elementos dos Super Dragões e a Adelino Caldeira, administrador da SAD, mas, à saída do evento, endereçou-se ao caso e ao líder da claque dos dragões.
“Naturalmente que sendo um momento desagradável, sobretudo para os visados, quero aqui deixar um abraço ao Fernando Madureira e à sua mulher, porque os amigos são para as ocasiões”, disse o presidente portista.
“Não tenho de me imiscuir no problema judicial porque não me compete, nem tenho nada a ver com a vida das pessoas, agora como amigo mando-lhes um grande abraço de solidariedade porque eles foram fundamentais no apoio que os Super Dragões deram às nossas equipas nos vários momentos. E não é por estarem a passar um momento mais difícil que deixo de ser seu amigo”, acrescentou.
A audição de Fernando Madureira está marcada para as 10h, no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
As medidas de coação deverão ser conhecidas esta segunda-feira.
Também Fernando Saul vai voltar a ser interrogado na sequência do Ministério Público ter decidido incluir como prova as perícias feitas a quatro telemóveis que foram apreendidos durante as buscas.
Já Vítor Catão, um conhecido adepto do clube e antigo presidente do São Pedro da Cova, desistiu de prestar declarações, depois de terem sido reveladas mensagens de texto e de áudio incriminatórias.
Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira e vice-presidente dos Super Dragões, permanecerá em Santo Tirso, já que não pretende prestar declarações no primeiro interrogatório judicial no TIC.
Operação Pretoriano
A Operação Pretoriano investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube. A PSP deteve 12 pessoas, incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões.
O Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da atual direção" 'azul e branca'.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto divulgou que estão em causa "crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação".