Exclusivo

Opinião

Lateral que é central, lateral que é médio

No Sporting, quando explodiu, Nuno Mendes chegava em profundidade e afinava o pé esquerdo para cruzar. Ainda assim, sempre se percebeu que ali havia uma versão lançadora, podendo funcionar como central externo. Hoje faz de tudo um pouco e evoluiu para ser um lateral multifuncional, sendo exemplo de como a posição é uma valiosa peça de xadrez no futebol atual

Ryan Pierse - UEFA

Um dos principais recursos ofensivos de Portugal, na Liga das Nações, tem sido a capacidade de progressão de Nuno Mendes, invadindo zonas interiores em condução e metendo passes a várias alturas. Quando Rafael Leão está em campo, o corredor lateral é para o extremo. Aí cria-se uma relação perfeitamente harmoniosa, tanto na ocupação de espaços como no entendimento. Esse exemplo próximo representa a evolução no perfil desejado pelas principais equipas, procurando mais soluções para construir e tendo em conta o momento da perda de bola. Desequilibrem os extremos, os avançados e os médios que rompem.

No Sporting, quando explodiu, Nuno Mendes chegava em profundidade e afinava o pé esquerdo para cruzar. Ainda assim, sempre se percebeu que ali havia uma versão lançadora, podendo funcionar como central externo. As melhores assistências do jovem leonino surgiram através de passes para as costas da defesa. Jogando com Barcola, a nível de PSG, Luis Enrique pede que participe mais baixo, assumindo um papel ativo na ligação com os médios e nas acelerações para ganhar a zona interior. Faz de tudo um pouco, mas a necessidade de adaptação ao jogo coletivo e às características do parceiro de corredor fizeram do português um lateral multifuncional.