O que Portugal terá de fazer para criar mais perigo?
“Portugal tem de continuar à procura de fazer aquilo que tentou fazer contra os Países Baixos, mas nem sempre conseguiu: tentar ter bola, reconhecer quem é a jogadora livre e os espaços livres, para depois ter boas condições para atacar o último terço. Tivemos algumas dificuldades com os Países Baixos fruto de, na primeira parte, não reconhecermos o lado contrário ao da bola. Na segunda parte abdicámos desse passo intermédio e fomos mais diretos, conseguindo melhorar. Este será um jogo diferente, mas os princípios de jogo são os mesmos: procurar ter bola, reconhecer a jogadora livre e os espaços, atacar o último terço com mais gente para criarmos boas situações de finalização”
Dificuldades que o Vietname pode trazer
“A estratégia do adversário será completamente diferente [da dos Países Baixos]. São muito mais referências individuais em organização defensiva, com linhas muito juntas e compactas, principalmente a intermédia e a defensiva. Isso retira muito espaço às equipas, viu-se isso com os EUA, que teve dificuldades em agredir o Vietname. Temos de ter muita disponibilidade para tomar boas decisões no último terço”
Impressões do jogo do Vietname contra os EUA
“A equipa do Vietname foi muito corajosa contra os EUA, tiveram uma grande prestação contra as campeãs do mundo. A equipa esteve junta e tentou não dar muito espaço aos EUA. Contra nós espero o mesmo. Vimos o jogo contra os EUA, também o amigável contra a Alemanha, e sabemos que elas tentam defender bem e contra-atacar de forma rápida. É isso que esperamos”
Haverá alterações no onze?
“Iremos ver no dia do jogo, ainda temos um treino. A escolha de um onze, tal como as jogadoras sabem, está muito relacionada com a estratégia, com as características individuais. Todas elas são importantes e nos dão coisas diferentes. Jogar com [Ana] Capeta e Telma [Encarnação] é diferente de jogar com Diana Silva e Jéssica Silva. Jogar com Sívia Rebelo e Carole] é diferente de jogar com Diana Gomes e [Ana] Seiça. Nós, como equipa técnica, estamos muito contentes com todas. Cabe-nos decidir, estrategicamente, quais são os momentos para as utilizarmos. Tentamos criar e recriar vários cenários do que pode estar a acontecer e de que forma podemos impactar em função do que está a suceder. Iremos tomar essas decisões. Numa competição curta, em que jogamos de três em três dias, é normal que haja algumas alterações, algumas por gestão física, outras por razões estratégicas”
Estado físico de Fátima Pinto
“Não nos parece que esteja disponível para o jogo contra o Vietname, esperemos que esteja nos encontros seguintes. Mas ainda há um dia e confiamos no departamento médico e na vontade da jogadora, ainda que seja difícil já para o Vietname"
Ambas as equipas podem conseguir a primeira vitória de sempre num Mundial. Como é que isso pode impactar o jogo?
“Quando vens a um Mundial pela primeira vez, tudo é novo: primeiro jogo, primeiro golo, primeiro empate, primeira vitória. Queremos muito dar uma alegria aos portugueses, sentimos muito o apoio deles. Tentaremos o nosso melhor para ganhar”
É o primeiro jogo de Portugal em grandes torneios em que a seleção é vista como favorita
“É verdade, é a primeira vez numa fase final em que jogamos contra uma equipa que está abaixo de nós no ranking. Mas isso não afeta em nada. A pressão de querermos ganhar jogos e fazer as coisas bem em nada muda seja qual for o adversário. Não é por jogarmos contra as campeãs ou vice-campeãs do mundo que isso nos retira a pressão ou serve de desculpa. Este grupo de jogadoras faz-nos acreditar e tem-nos feito sonhar. Esta ambição, crer e vontade faz-nos acreditar. Já provámos dentro de campo que o ranking não vence jogos, portanto temos de ser humildes e reconhecer o valor e armas do adversário”