Era a segunda das cinco finais que a Argentina disputou para chegar à final com a França. Contra a Polónia, o 0-0 permanecia depois do intervalo, após Szczesny ter negado o golo a Messi, defendendo um penálti. Enquanto a igualdade se arrastasse, a equipa de Scaloni viveria sempre à beira de um ataque de nervos.
Até que Nahuel Molina subiu pela direita e cruzou atrasado, para a zona onde dói aos defesas que vão na direção da sua própria baliza e se têm de virar. A assistência encontrou Alexis Mac Allister, que marcou o golo que encaminhou a passagem da Argentina.
O grito de festejo que se ouviu de Doha a Buenos Aires teve eco especial na província de La Pampa, já que o autor do golo é o primeiro pampeano a disputar um Mundial. E provocou, também, lágrimas de emoção a escorrerem na cara de um espetador especial.
Carlos Mac Allister, antigo jogador da seleção argentina, do Argentino Juniors, do Boca ou do Racing, estava na bancada acompanhado dos seus outros dois filhos, Francis — futebolista do Rosario Central — e Kevin —defesa do Argentino Juniors. Após o golo do mais novo, “custou aguentar as lágrimas”, algo que “tem sido recorrente ao longo do último mês”, conta o papá Carlos, ao telefone em Doha, à Tribuna Expresso.
Carlos, de 54 anos, relata que viver ao vivo a aventura do filho entre a elite do futebol tem sido “extraordinário”, uma experiência “diferente” da que teve enquanto jogador. “Custou-me desfrutar os momentos da minha carreira, porque estás sempre a pensar no que tens de fazer. Agora, com outra idade, sei que temos de desfrutar dos momentos lindos da vida. Este Mundial, o nível do Alexis e o que a Argentina está a fazer tem-me gerado enorme alegria”, diz.