As meias-finais da Liga dos Campeões desta época chegam após uma imprevisível polémica que chegou a pôr em causa a própria realização dos jogos, após 12 dos principais clubes europeus admitirem publicamente a vontade de disputar uma outra prova europeia rival da mágica e icónica Champions. Entre os 12, estiveram Real Madrid e Chelsea. Os madrilenos foram mesmo, representados pelo seu presidente, um dos principais rostos dessa Superliga Europeia.
É caso para dizer, assim sendo, que o mundo todo está à espera do jogo que mais logo começará pelas 20h, exceto Florentino Pérez, que gostaria de ver o seu clube jogar numa prova diferente. Ainda assim, sobretudo após o empate do Real Madrid na última jornada da Liga espanhola (frente ao Bétis, 0-0), esta partida reveste-se de capital importância: para um clube e para o outro, é até ao momento o jogo da época.
Até pela importância do que se vai discutir, e por se tratar somente do jogo da 1.ª volta, o expectável é que as duas equipas não adotem posturas de elevado risco, optando por abordagens mais seguras. Zidane e Tuchel respeitar-se-ão mutuamente e, por isso, não é esperado que tenhamos um jogo cheio de espaços e golos. O jogo será, à partida, mais dos treinadores do que dos jogadores.
Contudo, da teoria à prática haverá 22 jogadores em campo e muitos com capacidade para mudar o guião de um jogo que se perspetiva amarrado. Do lado do Real Madrid, Modric e Kroos têm capacidade suficiente para imaginar caminhos diferentes daqueles que Zidane terá trabalhado, e sobretudo diferentes daqueles que Tuchel preparou a sua equipa para defender; de Benzema não é preciso dizer muito e Vinicius, com espaço, é difícil de parar.
Do outro lado, o Chelsea, sem tantas estrelas nem pressão, também tem um leque de jogadores que podem fazer a diferença: no meio-campo, Jorginho é o elemento mais criativo; à sua frente, Mason Mount está a fazer uma grande época e é o que pode mais facilmente desbloquear a partida, embora Havertz também tenha esse perfil; Werner é a referência para as transições, um pouco como Vinicius no rival.
Do ponto de vista tático, as dúvidas prendem-se unicamente com as opções de Zinedine Zidane, porque Tuchel já mostrou que não abdica do seu 3-4-3 (ou 3-4-2-1, como se pretenda considerar) que impôs em Londres desde o dia um. No total, são 16 jogos sem sofrer golos em 21 disputados desde a chegada do técnico alemão, contando-se apenas duas derrotas, sendo que uma delas, com o FC Porto na 2.ª mão dos quartos-de-final, acabou por chegar para assegurar a qualificação para estas meias.
Por isso, resta perceber se o treinador do Real Madrid vai manter o 4-3-3 habitual ou se vai montar uma estratégia semelhante àquela que adotou no jogo com o FC Barcelona, em que baixou Valverde para compor uma linha de 5 perante um sistema tático também com 3 centrais, tal como este do Chelsea.
O mais expetável é que entre com Courtois, Carvajal, Militão, Varane e Nacho; Casemiro, Modric e Kroos; Vinicius, Asensio e Benzema, organizados no 4-3-3 do costume, mas com Nacho a juntar aos centrais em organização ofensiva, deixando o corredor esquerdo para Vinicius, sendo o direito entregue a Carvajal, que liberta Asensio para atuar mais por dentro.
Já no Chelsea o 11 esperado é Mendy, Azpilicueta, Thiago Silva e Rudiger; Reece James, Jorginho, Kante e Chilwell; Werner, Mason Mount e Havertz.
Pode seguir o jogo ao minuto na Tribuna Expresso, AQUI.