Foi uma questão de tomadas, energia elétrica e, no fundo, uso de ‘baterias’ de reserva. É o que se depreende pela explicação apresentada, na manhã desta segunda-feira, pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), feita a análise ao episódio visto na véspera durante o FC Porto-Arouca, quando o árbitro principal do jogo não conseguiu ter acesso às imagens do VAR.
Assegurando que “a solução técnica que liga a Cidade do Futebol ao Estádio do Dragão não registou qualquer falha”, a explicação do Conselho de Arbitragem justificou o sucedido com uma falha da “única tomada elétrica” disponível junto à área de revisão do árbitro. Quando quem de direito se apercebeu de tal carência, acionou-se o “sistema de energia de reserva” que já se tinha esgotado aos 90', no momento em que o árbitro foi urgido pelo VAR a ir ver as imagens do lance em que assinalara um penálti de Bogdan Milovanov sobre Mehdi Taremi.
Ainda foi utilizado um segundo sistema de reserva que apenas restabeleceu o normal funcionamento da tecnologia aos 101 minutos. Daí o árbitro ter recorrido, retratou o Conselho de Arbitragem, a um “equipamento móvel – disponível em todos os estádios - a fim de comunicar com o Centro de Vídeo Arbitragem, na Cidade no Futebol”. O tal “walkie-talkie” previsto no protocolo do VAR que o responsável pelo apito usou e que parecia um telemóvel.
O órgão da FPF lembrou que o episódio constituiu uma raríssima exceção à norma, ao acrescentar que “o VAR foi introduzido em Portugal em maio de 2017 e o tempo de funcionamento sem quebras do serviço é de 99,8 por cento”.
O comunicado do Conselho de Arbitragem da FPF:
“No seguimento do incidente verificado no jogo FC Porto - Arouca, da quarta jornada da Liga Betclic, o Conselho de Arbitragem informa o seguinte:
No jogo FC Porto - FC Arouca verificou-se, ao minuto 87, uma falha de comunicações e vídeo na área de revisão do árbitro (RRA - Referee Review Area).
Face ao sucedido, foi utilizado um equipamento móvel – disponível em todos os estádios - a fim de comunicar com o Centro de Vídeo Arbitragem, na Cidade no Futebol.
Perante o ocorrido, o Conselho de Arbitragem solicitou informação técnica, que agora se partilha.
Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva - também conhecido como UPS (Uninterrupted Power Supply) – esgotou-se.
Esta tomada elétrica não possui energia socorrida ou assistida, de acordo com informação técnica.
Assim que foi detetada a falta de energia, iniciou-se o processo de mudança dos equipamentos para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101.
A solução técnica que liga a Cidade do Futebol ao Estádio do Dragão não registou qualquer falha.
A vídeoarbitragem da Liga Betclic recorre a tecnologia certificada e utilizada em diversas competições internacionais.
O VAR foi introduzido em Portugal em maio de 2017 e o tempo de funcionamento sem quebras do serviço é de 99,8 por cento.”