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Fernando Madureira sem rodeios: “Uma claque não é um grupo de escuteiros, nem eu sou professor de moral e religião”

Líder dos Super Dragões foi um dos oradores do simpósio 'Violência versus Valores", organizado esta sexta-feira pela Associação 'Amar Gaia'. Fernando Madureira, que segunda-feira ficará a saber se o Tribunal Criminal do Porto confirma o castigo do IPDJ de o afastar seis meses dos estádios, não diaboliza mas também não branqueia o papel das claques: "Não são grupos de excurcionistas a Fátima"

Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões
RUI DUARTE SILVA

Convidar o conhecido e contestado líder dos Super Dragões para um painel sobre “Prevenção da Violência nos Grupos de Adeptos Organizados” é uma provocação? A Associação de Desenvolvimento de Gaia, promotora do Simpósio de Futebol 'Violência vs Valores”, entendeu que o debate ganharia com o testenhunho de quem dirige uma claque há mais de 20 anos, um atrevimento "censurado nas redes sociais e na comunicação social”.

Fernando Madureia, mais conhecido por 'Macaco' no mundo da bola, não é homem de se acanhar ou de ter papas na língua, muito menos quando se sente acossado. "Quero agradecer à organização por não ter cedido a pressões para me afastar", afirmou logo a abrir a sua intervenção, repudiando quem num país democrático o quis “silenciar” ou se escusou a estar presente em sinal de represália.

Quem? “O intendente João Caetano, do Comando Metropolitano da PSP - Porto. Desistiu de vir porque cedeu ao boicote da máquina de propaganda benfiquista ”, remata Madureira ao Expresso, felicitando a participação no debate do capitão da GNR Flávio Sá “por não se ter deixado condicionar pela pressão mediática”.

Depois dos recados dados, questionado sobre a ação dos GOA (Grupo de Adeptos Organizados) no fenómeno da violência no futebol, o avançado do duro Canelas 2010 respondeu curto e direto: “Uma claque de futebol não é um grupo de escuteiros ou de excursionistas a Fátima. Com todo o respeito por quem vá ao santuário”.