Não se sabia se era, ou não, uma questão de tempo, mas era previsível. Quando, há duas semanas, a Guardia Civil espanhola fez buscas na sede da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) devido a suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais em contratos feitos para levar a Supertaça do país para a Arábia Saudita, onde se joga desde 2022, também a residência de Luis Rubiales foi alvo recebeu a visita das autoridades. A imprensa espanhola não dava conta de que o antigo presidente da federação era arguido no processo.
Aquando das buscas, Rubiales estava em Punta Cana, na República Dominicana, devido a uma viagem de negócios, escreveu o “El País”, mas, esta quarta-feira, foi detido à chegada ao Aeroporto de Barajas, em Madrid. O jornal noticia que agentes da polícia e da Guardia Civil já o esperavam no local para o informarem das acusações e lerem os seus direitos. Depois, Rubiales foi libertado e assim ficará a aguardar julgamento.
Na investigação, cunhada como ‘Operação Brody’, estão em causa contratos firmados com a Kosmos, empresa de Gerard Piqué que a RFEF encarregou de organizar a disputa de um novo formato da Supertaça de Espanha na Arábia Saudita, até 2025 - é hoje uma final four, com a presença dos campeões e ‘vices’ do campeonato espanhol e da Copa del Rey.
Antes da sua detenção, Luis Rubiales também fora formalmente acusado pelo Ministério Público espanhol, que pediu uma pena de dois anos e meio de prisão pelo assédio e pressão exercida pelo ex-dirigente a Jenni Hermoso, jogadora da seleção espanhola, durante a final do último Mundial feminino. Em setembro de 2023, a polémica gerada pelo beijo não consentido que deu à futebolista levou-o a demitir-se da presidência da federação. No mês seguinte, seria suspenso pela FIFA de exercer qualquer cargo no futebol por três anos.
(notícia atualizada às 16h42.)