O veredicto ditado por 15 juízes num tribunal sediado no Luxemburgo centrará as atenções do mundo do futebol na manhã de quinta-feira, 21 de dezembro. Com o Natal e a passagem de ano ao virar da esquina, a sentença do Tribunal de Justiça da União Europeu (TJUE) poderá ser um dos momentos mais importantes de 2023, com consequências imprevisíveis para o futuro.
Numa decisão que será traduzida em 23 idiomas, o TJUE irá esclarecer se, segundo o direito europeu da concorrência, há, por parte da UEFA, uma situação de monopólio quanto à organização das competições europeias de clubes. Resumindo: o tribunal dirá se a UEFA pode proibir e sancionar outras entidades — como a Superliga — que também criem torneios.
O caso começou em abril de 2021. Depois de 12 clubes (Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Juventus, Inter, AC Milan, Manchester United, City, Liverpool, Arsenal, Chelsea e Tottenham) causarem um terramoto, anunciando a criação de uma liga, à revelia da UEFA, a contestação geral — de outros emblemas, de adeptos ou de dirigentes políticos — levou a que, três dias depois do anúncio do projeto, já nove dos fundadores tivessem anunciado a sua saída, mantendo-se somente Real, Barça e Juve.
No entanto, o nascimento e morte da Superliga não foi, exatamente, um parto e um falecimento. Nem não nasceu ali, já que estava há muito sendo cozinhado nos bastidores de poder do jogo, nem terminou ali, porque continua a ter fortes defensores e, sobretudo, um caso a correr nos tribunais.
O processo começou por entrar num tribunal de Madrid, que o levou ao TJUE, cujo veredicto surge depois de ano e meio de estudo.