Quando perguntaram a Roberto Martínez, o selecionador português e ex-selecionador da Bélgica, se a equipa poderia dar um empurrãozinho para Cristiano Ronaldo ser o melhor marcador da fase de apuramento para o Euro 2024, ganhando a corrida, o espanhol disse “não”.
Disse mais até, pedagogicamente e com a elegância que tem pautado as suas comunicações. “O futebol é um desporto coletivo. As conquistas pessoais chegam como consequência de um bom jogo da equipa, nunca podes tentar uma conquista pessoal, porque não é a forma que ajuda a ganhar jogos”, começou por dizer.
E acrescentou: “No domingo precisamos de tentar ganhar o jogo, temos de ser uma equipa muito bem estruturada sem bola, com ideias claras, com uma clareza no ataque muito clara. Depois, gostaríamos de ver um jogador nosso como o melhor marcador, mas não é o objetivo. O objetivo é jogar bem, marcar golos e não sofrer e, como consequência, esperamos que os nossos jogadores individualmente tenham recompensas”.
Antes de Portugal entrar em campo, em Alvalade, para tentar fechar uma imaculada classificação para o próximo Campeonato da Europa, que se vai jogar na Alemanha entre 14 de junho e 14 de julho, a Bélgica fez o seu trabalhinho, no Stade Roi Baudouin, em Bruxelas. Aos 37 minutos de jogo, os belgas venciam o Azerbaijão por 4-0… com quatro golos de Romelu Lukaku, que assim chegou instantaneamente aos 14 golos na fase de apuramento (Cristiano leva 10).
Os visitantes ficaram reduzidos a 10 jogadores logo aos 24’, quando ainda estava 1-0, depois de Eddy Israfilov ter visto o segundo cartão amarelo. Mais tarde, nos 90 minutos, Leandro Trossard fechou o rebuliço no marcador, 5-0.
Arriscando a provocação a Cristiano Ronaldo (até porque nos filmes “Missão Impossível” a missão acaba por ser executada), é provável que esteja sentenciada a corrida a pichichi da fase de classificação para o próximo grande torneio Europeu. Esta tarde, em Bruxelas, as assistências para o jogador que teve o Mundial infeliz foram de Jérémy Doku (pois claro), Timothy Castagnos, Wout Faes e Orel Mangala.
A Bélgica regressa assim ao primeiro lugar do grupo, ultrapassando a líder Áustria e deixando lá bem atrás Suécia, Azerbaijão e Estónia. Os belgas, com quem Roberto Martínez até já conseguiu um apuramento perfeito só com vitórias, registaram neste Grupo F seis vitórias e dois empates.